quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

José Alpoim, o engenheiro do Brasil Colônia,

 

Em 1738 o sargento mor Jose Fernandes Pinto Alpoim (1698-1770) natural da colônia de Sacramento foi designado para ensinar artilharia. O engenheiro militar português José Fernandes Pinto Alpoim inventou no Brasil em 1744 uma máquina de querenar navios, para fazer o conserto no casco da embarcação na parte que geralmente está mergulhada. Sua máquina, denominada “Paixão” em referência a uma peça que compõe o paiol da amarra, ou seja, um elo por onde se passa a corrente que prende a âncora do navio. Na carta datada de 10 de outubro de 1746 que se encontra na parte introdutória do livro Exame de Bombeiros, escrito por Alpoim, esse invento é citado por André Ribeiro Coutinho, que foi seu comandante, como uma "engenhosa máquina de querenar os mais corpulentos navios, vencendo, com as regras da Estática, as forças da Natureza."[1] O coronel Alpoim solicitou ao rei de Portugal em 28 de abril de 1747 por requerimento que revertesse por seis anos o rendimento da máquina para carenar navios que fizera na Ilha das Cobras em benefício do custeio dos estudos de suas duas filhas em um convento em Portugal.[2] O engenheiro Alpoim foi discípulo de Manuel de Azevedo Fortes um grande responsável pela renovação da técnica de engenharia e cartografia em Portugal ao criticar como estéreis e anacrônicos os métodos aristotélicos e escolásticos ainda dominantes no ensino dos jesuítas.[3] Para o Arquivista-Mór da Ordem Beneditina Brasileira, D. Clemente da Silva Nigra, Alpoim era: “o moderno arquiteto e inovador da Colônia, sobretudo do Rio de Janeiro”. Sob solicitação do conde de Bobadela, o engenheiro Alpoim construiu de 1730 a 1743 a casa onde residiriam os governadores, futuro Paço Real e Imperial da Cidade. [4]



[1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Fernandes_Pinto_Alpoim

[2] PIVA, Teresa, Paixão: a engenhosa máquina de Alpoim. Livro de Anais do Programa de pós graduação em História das Ciências e das técnicas e Epistemologia HCTE, Scientiarum Historia II, Encontro luso-brasileiro de História das Ciências, 2009, p.295-299

[3] CORTESÃO, Jaime. Alexandre Gusmão e o Tratado de Madrid, v.I, São Paulo: Funag, 2006, p.98

[4] FERREZ, Gilberto. O Paço da Cidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro: Fundação Pró Memória, 1985, p.15



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