O
mineiro Vicente Coelho da Silva e Seabra formado em Coimbra publicou em 1788 Elementos de Chimica divulgando a
recente teoria de Lavoisier, abandonando a teoria do flogisto, além de ter
procedido a adaptação da nomenclatura proposta por Lavoisier para o português.[1] Em 1790 Lavoisier irá publicar Tratado elementar de química que será considerado
o marco fundador da química moderna. Na Academia Real Militar no Rio de Janeiro
inaugurada em 1811 pelo conde de Linhares (Rodrigo de Souza Coutinho) as aulas
de química incluíam as obras de Lavoisier, Vauquelin, Jouveroi, de la Grange e
Chaptal.[2] Arruda da Câmara fora aluno de Chaptal em Montpellier, discípulo de Lavoisier.[3] O Laboratório Químico Prático do Rio de Janeiro criado em 1812 são mencionados
em manuscrito de propriedade de Pedro II. Em 1824 foi criado um laboratório
químico e físico no Museu Nacional sob direção de João da Silveira Caldeira, em
que as disciplinas eram ministradas pelo lente catedrático da Escola Miliar o
frei Custódio Alves Serrão (na figura). O Colégio Pedro II inauguram o currículo de química
em 1838 com laboratório coordenado por Bernardo Pereira de Vasconcelos.[4] Em 1811 o periódico O investigador português publica artigo sobre a
história da química que destaca os avanços de Lavoisier e seus instrumentos de
mais perfeita construção: “ele traçou o plano da revolução científica, que
longamente meditara e os seus colegas não tiveram mais que seguir e executar as
suas ideias”.[5] Em
1813 no jornal “O Patriota” Silvestre Pinheiro Ferreira escreve artigo
sobre um novo princípio da teoria do calórico em que se mostra atualizado
quanto as discussões científicas de sua época. Segundo Antonio Cândido “a
atividade d’O Patriota representa porventura a primeira manifestação pública de
uma vida intelectual brasileira voltada para a divulgação das ciências e das
letras em benefício do progresso”. Para José Carlos de Oliveira: “o
periódico O Patriota foi sem dúvida o que mais tratou de difundir o espírito
científico no Brasil, embora não tenha observado empenho teimoso em consolidar
tal tipo de atividade no Brasil. [..] O periódico O Patriota não evoluiu nem
agrupou homens de Ciência de forma a construir uma comunidade científica no
Brasil que revertesse o quadro ainda tímido da cultura científica”.[6] Para Lorelai Cury “A publicação de O Patriota se insere em contexto de
valorização das produções brasileiras por parte da administração portuguesa e
das elites locais. A ênfase dada em suas páginas aos conhecimentos úteis é um
desdobramento das preocupações do movimento iluminista luso-brasileiro. A
diversidade temática dos artigos de O Patriota e sua preocupação didática
delimitam sua vocação ilustrada, nos moldes do enciclopedismo europeu [...] O
que se vê em O Patriota, no entanto, é a crítica, nem sempre velada, ao desinteresse
das autoridades e dos agricultores pela inovação e aperfeiçoamento técnicos.”[7] José Carlos de Oliveira analisa os periódicos “O Patriota”, a “Gazeta
do Rio de Janeiro”, bem como a “Idade do Ouro” publicado na Bahia e
o “Correio Brasiliense” publicado em Londres, o “Investigador
Português” publicado em Londres e os “Annaes das Ciências, das Artes e
das Letras” publicado em Paris, este o “mais pujante periódico dedicado
à divulgação dos conhecimentos científicos” publicado em português na época
de D. João VI.
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