quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Cultura Paracas

 

Tecidos e cerâmicas se destacavam na arte maia.[1] Um dos fragmentos de fibras vegetais trançadas mais antigo encontrados no Peru data de 3500 a.c.[2] Na caverna Guitarrero foram encontrados tecidos de fibras vegetais trançadas de cerca de 5780 a.c.[3] Os primeiros fragmentos de tecidos em algodão foram encontrados em Huaca Prieta no vale do Chicama datados de 2500 a.c.[4] Entre os incas fragmentos têxteis de tecido encontrados na península de Paracas no sul do Peru datam de 300 a.c.[5] usados em rituais funerários. Os desenhos alternam simetricamente o uso de cores. Ora o fio de urdidura é de qualidade e cor diferente do fio da trama, ora apresenta cores diferenciadas, as vezes com fios de ouro e prata.[6] Os incas conheciam a técnica do brocado, um tipo de tecido ricamente decorado, feitos em seda colorida, e com relevos bordados geralmente a ouro ou prata. O brocado utiliza a técnica de trama suplementar, que é adicionada à trama padrão que mantém juntos os fios do urdume. Segundo Sarmiento a técnica foi invenção do inca Viracocha.[7] Dos monastérios do Sol incas eram produzidas várias espécies de tecidos entre as quais os famosos chumpi ou kumpi.[8] Em quéchua, paracas significa tempestade de vento. A cultura Paracas e de Nazca representam uma única tradição que data de 500 a.c. a 600 d.c. Os artesãos de Nazca ao contrário de seus predecessores de Paracas, produziam peças de terracota aplicando os pigmentos de cor após a cocção, preservando as mesmas formas de expressão artística.[9] Após a cocção quando o vaso estava totalmente seco, a sua superfície era polida até brilhar. Os artesãos nazcas conseguiam uma gama de 13 cores com uso de substâncias como óxido de ferro, manganês e argila branca ou ocre.[10] Os povos incas meridionais como em Paracas, Nazca, Chancai e os sítios arqueológicos da época Huari se destacam no setor têxtil e seu clima árido possibilitou a conservação dos frágeis materiais orgânicos como fibras de algodão, lá e penas.[11] Os incas não mencionam em seus registros sobre a existência da cultura Paracas. [12]



[1] BAITY, Elizabeth Chesley. A América antes de Colombo. Belo Horizonte:Itatiaia, 1963, p.134

[2] LONGHENA, Maria; ALVA, Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.18

[3] LONGHENA, Maria; ALVA, Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.109

[4] LONGHENA, Maria; ALVA, Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.109, 138

[5] MacGREGOR, Neil. A história do mundo em 100 objetos, Rio de Janeiro:Intrínseca, 2013, p.187; FAGAN, Brian. Los setenta grandes inventos y descobrimentos del mundo antiguo, Barcelona:Blume, 2005, p. 54

[6] BAUDIN, Louis. A vida quotidiana dos últimos incas, Lisboa:Ed. Livros do Brasil, p. 182, 205

[7] BAUDIN, Louis. El império socialista de los incas, Santiago Chile:Ediciones Rodas, 1973, p.330

[8] FAVRE, Henri. A civilização inca, Rio de Janeiro: Zahar, 1987, p.85

[9] LONGHENA, Maria; ALVA, Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.40

[10] LONGHENA, Maria; ALVA, Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.103

[11] LONGHENA, Maria; ALVA, Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.113

[12] HAGEN, Victor. Realm of the incas, New York: New American Book, 1961, p. 24



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