O ensinamento extraído da experiência era fundamental
para Paracelso: “perscrutamini naturas
rerum” – “investiga a natureza”[1]. Segundo
William Bynum: “a importante inovação de
Paracelso foi a separação entre o paciente e a doença”[2] Em Paragranum escrita em 1530 Paracelso
afirma a necessidade de uma nova terapêutica.[3] Seu
livro Cirurgia maior – Di grosse
Wundartzney de 1536 foi uma de suas obras mais importantes.[4] Para o
alquimista Nicolas Flamel em seu Thresor
de Philosophie a alquima “é a ciência
dos quatro elementos que se transformam mútua e reciprocamente uns em outros.
Todos os filósofos coincidem nesse ponto”.[5] Para
Paracelso a espagiria indica a arte de separar o puro do impuro de forma que,
eliminadas as excrescências, a virtude remanescente possa operar – purum ab impuro segregare, ut, reiectis
fecibus, virtus remanes operetur, por este motivo Paracelso é conhecido
como o Espagirista. Titus Burckhardt explica que “O termo medicina
espagirica vem das palavras gregas correspondentes a 'divisão' e 'união' –
correspondendo aos termos alquímicos solve et coagula”.[6] Lucia
Helena Galvão[7] mostra que o princípio do solve et coagula diz respeito da morte no
mundo físico e renascimento no mundo espiritual. Para Julius Evola: “Como
preceito geral, permanece sempre: Solve et coagula. Potier especifica: “Se estas
duas. palavras te parecem demasiado obscuras e não próprias de Filósofo, direi
algo mais extenso e compreensível. Dissolver é converter o Corno do nosso ímã
em puro Espírito. Coagular é fazer de novo corporal este Espírito, segundo o
preceito do Filósofo que diz: Converte o Corpo em Espírito e o Espírito em
Corpo. Quem entender estas coisas, possuirá tudo; e quem as não compreender,
nada terá”. Ao solve corresponde-lhe o símbolo da ascensão; ao coagula corresponde-lhe
o da descida”[8].
Segundo Paracelso: “a magia tem o poder
de experimentar e compreender as coisas que são inerentemente inacessíveis à
razão humana. Pois a magia é uma grande sabedoria secreta, assim como a razão é
uma grande loucura pública”.[9] Alguns
dos trabalhos de Paracelso de outro lado era escritos de forma codificada em um
alfabeto denominado Alfabeto dos reis
magos. Nicolas Flamel em sua obra Testamento de Nicolas Flamel
também usa um alfabeto codificado.[10] Paracelso acredita na correlação entre o macrocosmo e o microcosmo e na
astrologia: “É preciso ter consciência de que a medicina deve ter nos astros
a sua preparação e que os astros se tornam meios para cura. A preparação do
médico terá que ser exercida de tal forma que o remédio seja preparado como por
tramitação celeste, do mesmo modo com que são tramitadas as profecias e os
outros eventos celestes”.[11]
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