sábado, 18 de dezembro de 2021

Varnhagen e as regras arquivísticas

 

Varnhagen, pioneiro na pesquisa arquivística considerado o "Heródoto brasileiro", em História geral do Brasil escrita em 1850, com o olhar do colonizador poruguês,  assume a síntese proposta por von Martinus destacando o papel dos herois portugueses  e brasileiros brancos, a unidade luso brasileira, minimizando  tensões e rebeliões.[1] Leitor compulsivo de documentos históricos Varnhagen, contudo, violava regras básicas da manipulação da arquivística. Oliveira Lima em 1903 conta que quando jovem então aluno de paleografia  de José Basto (que trabalhou com Alexandre Herculano) observava muitos documentos com uma pequena marca “V’ nos documentos que estudava feitas por Varnhagen em o precedera no exame do mesmo documento. Alguns anos mais tarde Luis Camilo de Oliveira Neto também observou as mesmas marcas nos arquivos da Torre do Tombo. Em 2004 o historiador Eduardo Neumann no arquivo de Simancas também encontrou documentos com a “marca” de Varnhagen, o que mostra ter sido uma prática. [2]



[1] REIS, José Carlos. As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC, Rio de Janeiro: FGV., 2003, p.26

[2] CEZAR, Temístocles. Francisco Adolfo de Varnhagen, visconde de Porto Seguro: breve relato sobre a vida de um historiador do século XIX. In: KUPFER, Eckhardt, e outros Martius Staden Jahrbuch, São Leopoldo, Oikos, 2016, p.31



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