Em 1706 o jesuíta Antonio da Costa instalou uma
pequena prensa para imprimir pequenos livros de orações e letras de câmbio,
contudo a tipografia foi logo interditada pelo governo português por ordem
régia de 8 de julho de 1706.[1] O Alvará
de 20 de março de 1720 proibia letras impressas no Brasil. Em 1744 é publicado
o Exame de Artilheiros indicado como
impresso em Lisboa e em 1748 o Exame de
Bombeiros, indicado como impresso em Madrid, ambos do engenheiro Alpoim,
mas que teriam sido impressos segundo José Mello na tipografia de Antonio
Isidoro da Fonseca no Rio de Janeiro, mas com indicação de impressão diversa
foi uma tentativa de escapar ao controle português[2]. Os
livros eram para uso no curso de Artilharia e Fortificações no Rio de Janeiro[3]. Felix
Pacheco, contudo, mostra que ao comparar as características tipográficas dos
dois livros de fato eles foram publicados no exterior.[4] Alexandre
Passos acredita que esta publicação do Exame de Artilharia[16] e Exame de Bombeiros
teria sido realizada pela tipografia de Antonio Isidoro da Fonseca. De qualquer
forma, o livro foi recolhido pelo corregedor de Lisboa. Os livros são
considerados por Fernando de Azevedo como pioneiros no ensino de matemática com
noções de geometria, trigonometria, longemetria e altimetria.[5] No
Brasil uma ordem régia de 8 de julho de 1706 ordenava o governador da
capital sequestrar as letras impressas e
“notificar aos seus donos e aos oficiais da tipografia que não imprimissem ,
nem consentissem que se imprimissem livros nem papeis alguns avulsos”.[6] Em 1746
Antonio Isidoro da Fonseca, fugido da inquisição e sob os auspícios do
governador Gomes Freire de Almeida[7], conde
de Bobadela, trouxe de Lisboa um equipamento de tipografia e montou uma pequena
oficina no Rio de Janeiro onde pode imprimir a Relação da Entrada do bispo Antonio do Desterro redigida por Luis
Antonio Rosado da Cunha com dezessete páginas de texto.[8] Em 1747 Isidoro da Fonseca publicou a Relação de Entrada, impresso
desautorizado de Portugal e logo retirado de circulação.[9] A Carta Régia
de 10 de maior de 1747 dirigida ao
governador geral Gomes Freire de Andrade e a Carta Régia de 6 de junho de 1747 endereçada
ao governador da capitania do Rio de Janeiro ordenou o sequestro de todas as
publicações de imprensa da Colônia e a proibição de novas publicações sob pena
dos responsáveis serem presos e remetidos para o reino[10] “no qual não é conveniente que se imprimam
papeis no tempo presente, nem pode ser de utilidade aos impressores trabalharem
no seu ofício, aonde as despesas são maiores do que no Reino, do qual podem ir
impressos os livros e papeis”.[11] Nesta ocasião foi destruída a oficina tipográfica do jesuíta Francisco de Faria
no Rio de Janeiro.[12] O
Alvará de 16 de dezembro de 1794 condenava o envio de livros e papeis da
metrópole para a colônia. No final do século XVIII mesmo na metrópole o intendente
geral da polícia Diogo Inácio de Pina Manique, nomeado após a queda do marques
de Pombal, proibiu livros franceses revolucionários e a importação de livros
para o Brasil.[13] Em 1807 o padre Vegas de Menezes publicou um poesias usando um processo de
calcografia por chapas. Segundo Robert Southey: “outra prova de miserável ignorância política foi não se tolerar no
Brasil tipografia alguma antes da transmigração da corte. Achava-se a grande
massa do povo no mesmo estado como se nunca se houvesse inventado a imprensa”.[14] A
inglesa Jemima Kindersley em visita a Salvador em 1764 comenta: “os
habitantes parecem saber bem pouco acerca dos requintes da vida, passando a
maior parte do tempo na mais completa indolência e lendo pouquíssimos livros,
pois o conhecimento não está no rol de suas preocupações. È política assente do
governo manter o povo na ignorância, já que isso o faz aceitar com mais
docilidade as arbitrariedades do poder”.[15]
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