Quetzalcóatl é o deus das ciências, agricultura e escrita. Segundo Sahagún: “Chamavam-lhes tolteca, o que quer dizer artífices delicados e procurados [...] eram artífices de grande talento, pintores, lapidários, plumaceiros (amantecatl) [...] Sabiam muitas coisas, não haviam dificuldades par eles, talhavam a pedra verde (chalchiuitl), fundiam o ouro (teocuitlapitzaia) e tudo isso procedia de Quetzalcoatl, as artes (toltecayocl) e os conhecimento”[1]. Para os astecas a palavra tolteca significava “grandes artífices”.[2] Como deus do vento era também conhecido como Ehecatl. Como deus da estrela crescente (Vênus) era também conhecido como Tlahuizcalpantecuhtli. O deus Xipe Totec era a divindade protetora dos ourives.[3] O Topiltzin Quetzalcoatl abandonou a cidade tolteca de Tula por volta de 1160 quando a cidade foi destruída, expulso pelo deus Tezcatlipoca[4] e a cidade ocupada por um grupo belicoso chichimeca [5] contemporâneo dos mexicas de Tenochtitlán. O sacerdote imolou-se para purificar seu povo e prometeu voltar vindo do leste. Os astecas segundo o Codex Florentino aguardavam seu retorno, vindo da direção do sol nascente, profecia que acreditaram ter sido cumprida com a chegada de Hernán Cortez em 1517.[6] Nigel Davies, contudo, observa que este relato pode ser uma versão criada pelos conquistadores espanhóis pois nos relatos das fontes nativas essa história não é confirmada.[7] Barbara Somervill argumenta que o caráter divino de Cortez se desfez quando Montezuma ofereceu corações de prisioneiros sacrificados, aos quais o espanhol recusou como oferenda.[8]
[1] SOUSTELLE, Jacques. A
vida quotidiana dos astecas. Belo Horizonte:Itatiaia, 1962, p.105 LONGHENA,
Maria. O México antigo, Barcelona:Folio, 2006, p. 55
[2] MAGNY, Olivier de.
Teotihuacán, cidade dos deuses. In: Seleções do Reader’s Digest, Os últimos
mistérios do mundo, Lisboa, 1979, p.11
[3] LONGHENA, Maria. O
México antigo, Barcelona:Folio, 2006, p. 101, 118
[4] SOUSTELLE, Jacques. A
vida quotidiana dos astecas. Belo Horizonte:Itatiaia, 1962, p.224; LEONARD,
Joathan. América pré colombiana, Rio de Janeiro:José Olympio Editora.
Biblioteca de História Universal Life, 1971, p.61
[5] LONGHENA, Maria. O
México antigo, Barcelona:Folio, 2006, p. 53
[6] DAVIES, Nigel. The astecs: a history, London; Folio Society, 1973, p.
25; LEONARD, Joathan. América
pré colombiana, Rio de Janeiro:José Olympio Editora. Biblioteca de História
Universal Life, 1971, p.59
[7] DAVIES, Nigel. The astecs: a history, London; Folio Society, 1973, p.
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