quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Aqueduto de Águas Livres de Lisboa

 

O historiador português Joâo Ameal destaca que sob o reinado de d. João V que reinou de 1706 a 1750 em pleno ciclo do ouro no Brasil: “Um aspecto a salientar nesse reinado é a brilhante prosperidade material derivada da exploração intensiva das minas de ouro do Brasil. Injsutamente acusam o Monarca de perdulário certos historiógrafos tendenciosos. A maneira como emprega os tesouros que chegam da América portuguesa vem a produzir inúmeros benefícios para o País [Portugal].assim, são iniciativas suas as construções do aqueduto das Águas Livres, fundamental para a higiene e o progresso de Lisboa[1]; do Hospital das Caldas; da preciosíssima capela de São João Batista, integrada hoje na Igreja de São Roque; da suntuosa Patriarcal; do Mosteiro das Claristas, do imponente e gigantesco Convento de Mafra, que, pela grandiosidade, atesta, só por si, uma culminância na nossa história monumental e artística. Recordem-se ainda, nos domínios da Cultura, a fundação em 1720 da Academia Real da História Portuguesa[2] e as edificações das bibliotecas de Coimbra e de Mafra”.[3] O aqueduto de Águas Livres ao norte de Lisboa foi construído entre 1731 sob supervisão do arquiteto italiano Antonio Canevari e concluído em 1747 tendo resistido ao terremoto de Lisboa de 1755.[4] O traçado principal é de 14 km de extensão, com início na Mãe de Água Velha, em Belas, e final no reservatório da Mãe de Água das Amoreiras, em Lisboa. Oliveira Martins observa que para sua construção foi necessário a criação de um imposto especial[5]. Oliveira Marques menciona também a torre dos Clérigos no Porto[6]. Para João Lúcio de Azevedo: “Na realidade, a América não era só manancial perene de recursos para o tesouro régio, senão também o centro em torno do qual gravitava a vida econômica de toda a monarquia”.[7]



[1] MARQUES, Oiveira. Brevíssima história de Portugal. Rio de Janeiro: Tinta da China, 2016, p. 132

[2] CORTESÃO, Jaime. Alexandre Gusmão e o Tratado de Madrid, v.I, São Paulo: Funag, 2006, p.273

[3] AMEAL, João. Breve Resumo da História de Portugal, Lisboa: Livraria Tavares Martins, 1964, p.77

[4] PAICE, Edward. A ira de Deus, São Paulo:Record, 2010, p.43, 185

[5] MARTINS, Oliveira. História de Portugal, Lisboa:Versial, 2010, p. 339, Edições Kindle

[6] MARQUES, Oiveira. Brevíssima história de Portugal. Rio de Janeiro: Tinta da China, 2016, p. 132

[7] LIMA, Heitor Ferreira, Formação Industrial do Brasil, período colonial, Rio de Janeiro: ED. Fundo de Cultura, 1961, p. 33



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