Em 1870
Heinrich Schliemann descobriu as cidades de Troia, que até então se acreditava
mitológica tal como descrita por Homero na Ilíada, que agora se acredita
tratar-se de um poema histórico – os detalhes podem ser fictícios mas a
essência como os personagens principais ali descritos bem como locais são reais.
A escrita Linear A encontrada na Creta Minoica de 3500 a.c. a 2000 a.c no
palácio de Cnossos do rei Minos na ilha
de Creta por Arthur Evans em 1894, até hoje não foi decifrada, com semelhança
com os hieróglifos egípcios[1].
Trata-se de uma escrita usada no palácio. A civilização minoica que segundo Evans
remonta vestígios neolíticos de dez mil anos a.c.[2] foi destruída por volta de 1400 a.c. Evans publicou em 1936 “O palácio de
Minos em Cnossos” dividindo a civilização minoica em três períodos: minoico
antigo (3400-2100), minoico médio (2100-1580) e minoico recente (1580-1250
a.c.). Heródoto por volta de 480 a.c se refere a história do rei Minos assim
como as descrições da epopeia da Ilíada e Odisseia. Relevos egípcios da época
de Amenofis III (1401-1375 a.c) se referem aos cretenses – Kefti, o que sugere
que a devastação em Creta por terremoto ou incêndios (segundo Lissner os cretenses
usavam óleo mineral para iluminação e isso pode ter desencadeado os incêndios
após o terremoto) teria ocorrido por volta dessa época, pois, desde então
cessam as representações de Creta no Egito. Pendlebury por sua vez acredita que
a destruição veio como resultado da conquista de povos invasores e não por alguma
catástrofe natural.[3] O
linear A é bastante distante do grego de modo que a civilização minoica não
falava grego. As descobertas de Carl Blegen em 1930 a 1960 em Tróia, na Turquia
e no Palácio de Nestor em Pilos, na Grécia, permanecem as duas das descobertas
arqueológicas mais significativas do século 20 na pré-história grega. Em 1939, Carl
Blegen redescobriu o Palácio de Nestor, da Idade do Bronze, um dos reinos mais
antigos da Europa, próximo a Pilos. O palácio era o centro do Reino Micênico. Em
Creta, Pilos e Micenas foram encontradas em mais de três mil tabuinhas de argila
com escrita linear A e linear B. Algumas destas tabuinhas encontradas nos
palácios de Pilos em 1939 tratam de questões ligadas a propriedade e uso da
terra.[4] A escrita fonética Linear B não é alfabética, mas silábica, usada pelos povos
micênicos entre os séculos XV a.C. e XII a.c. A linear B que imitava a linear A
inventada pelos minoicos[5],
foi traduzida por Michael Ventris[6] e John Chadwick em 1953[7] com base nos trabalhos de Alice Kober e Emmett Bennett[8].
Com a decifração, Hugh Llloyd Jones afirma que hoje, possivelmente, sabemos
mais do passado grego do que Péricles ou Platão em suas épocas.[9] Tanto Linear A como Linear B são silabários onde cada símbolo representa uma
sílaba, o eu foi um grande para as escrita que representam cada palavra por um
símbolo. A Linear B conhecido tanto na Grécia como em Creta é uma escrita
micênica silábica de cerca de noventa signos foi utilizada para grafar a língua
helênica dos invasores indo-europeus oriundos do continente (1450 a.C.) e é a representação
gráfica de um grego arcaico.[10] O linear B tendo sido feito a partir de uma escrita silábica que não foi feita
para notar o grego exprime muito imperfeitamente os sons do dialeto falado
pelos micênicos.[11] As
inscrições em linear B encontradas em Pilos em 1939 são tabletes em argila de livros
de contas, faturas de entregas, recibos, ou seja, nenhum documento literário.[12] A descoberta permitiu concluir que micênicos eram gregos e que a civilização
grega, que até então se acreditava teria surgido no século VIII a.c. tinha na
verdade origens ainda mais antigas que remontam ao século XV a.c.[13] As descobertas de Arthur Evans na ilha de Creta confirmam evidências já
presentes na cerâmica e pintura de que houve uma ligação entre Micenas e Minos
o que reforçou a teses de que os micênicos possam ter governado Cnossos por
volta de 1450 a.c.[14] Existe uma referência isolada a a-ka-wi-ja-de (nome de um banquete) nos
registros lineares B em Cnossos em Creta, datados de c. 1400 a.C., que muito
provavelmente se refere a um estado micênico (aqueu) no continente grego[15].
As pequenas tábuas de argila com inscrições em Linear B não era cozida ao fogo
de modo que as que restaram foram endurecidas por acaso por um aquecimento acidental.[16] Donald Kagan mostra que o fato de Micenas ter sofrido um incêndio em algum tipo
de conflagração, acabou favorecendo a preservação de sua história pois a argila
aquecida, tornou-se cerâmica com o endurecimento. O mesmo pode ter acontecido
na civilização minoica em Creta que, em outra época, também preservou tabuinhas
de argila da mesma forma[17]. O fato de tais “acidentes” terem acontecido em locais e épocas distintas pode
indicar que aqueles que guardavam tais arquivos podem ter deliberadamente promovida
a queima de tais tabuinhas para preservação do acervo.
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