Segundo
Frederico Leopoldo Cesar Burlamarqui autor de diversos manuais agrícolas como Manual dos agentes fertilizantes, Manual da
cultura do arroz, Manual da cultura e da colheita do tabaco, Manual de
máquinas, instrumentos e motores agrícolas, Monografia do algodoeiro Monografia
do caffeiro e Monografia da cana de açúcar, o manejo e conservação das
máquinas eram incompatíveis com a escravidão pela dificuldade em se obter
indivíduos hábeis para a tarefa[1].
Em 1837 Burlamaqui escreve “Memória
analítica acerca do comércio de escravos” divulgando as teses positivistas
de Comte e defende a adoção de máquinas, o uso de arado, charruas e muitos
outros instrumentos que poupem mão de obra e melhorem a qualidade do produto.[2] Burlamarqui foi autor de Manual Agricola
em 1862 obra detalhada sobre a cana de açúcar em que pleiteia a introdução de
máquinas e produtos químicos no processo de fermentação do caldo e
branqueamento da cana para aumento de produtividade e qualidade da produção.[3] Burlamaqui observa que nas máquinas de pilões um trabalhador produzia em uma
hora o mesmo que outro trabalhador na técnica antiga de monjolo trabalhando o
dia inteiro. Em Minas Gerais em 1890 o governado João Pinheiro da Silva (figura) promove
pesquisas para melhoramento do capim para pasto de gado a que Manuel Bernardes em
El Brasil - su vida - su trabajo - su futuro[4] se refere como “verdadeira revolução econômico industrial”.[5] “O doutor Pinheiro
partiu evidentemente deste conceito e está pondo à vista a demonstração de que
pode aquele solo, de aparência tão pobre, dar rendimentos culturais
inesperados. Assim, a granja, que se chama precisamente "de
demonstração", estando dividida em duas seções – agrícola e zootécnica –
está tratada como uma exploração privada, sem complicações teóricas de nenhuma
espécie.” Em 1903, João Pinheiro da Silva coordenou
o Congresso Agrícola, Industrial e Comercial.
[1] MELLO, Maria Regina
Ciparrone. A industrialização do algodão em São Paulo. São Paulo: Perspectiva,
1983, p.98
[2] COSTA, Emília Viotti
da. Da senzala à colônia, São Paulo:Unesp, 1998, p. 407
[3] BARRETO, Patrícia
Regina. Sociedade auxiliadora da indústria nacional: o templo carioca de Palas
Atena, Doutorado em História, UFRJ, 2009, p.143
[4] https://www.novomilenio.inf.br/santos/h0300k2.htm
[5] FREYRE, Gilberto. Ordem e progresso, São Paulo: Record, 2000. p.852
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