quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

A pesquisa agropecuária no século XIX

 

Segundo Frederico Leopoldo Cesar Burlamarqui autor de diversos manuais agrícolas como Manual dos agentes fertilizantes, Manual da cultura do arroz, Manual da cultura e da colheita do tabaco, Manual de máquinas, instrumentos e motores agrícolas, Monografia do algodoeiro Monografia do caffeiro e Monografia da cana de açúcar, o manejo e conservação das máquinas eram incompatíveis com a escravidão pela dificuldade em se obter indivíduos hábeis para a tarefa[1]. Em 1837 Burlamaqui escreve “Memória analítica acerca do comércio de escravos” divulgando as teses positivistas de Comte e defende a adoção de máquinas, o uso de arado, charruas e muitos outros instrumentos que poupem mão de obra e melhorem a qualidade do produto.[2] Burlamarqui foi autor de Manual Agricola em 1862 obra detalhada sobre a cana de açúcar em que pleiteia a introdução de máquinas e produtos químicos no processo de fermentação do caldo e branqueamento da cana para aumento de produtividade e qualidade da produção.[3] Burlamaqui observa que nas máquinas de pilões um trabalhador produzia em uma hora o mesmo que outro trabalhador na técnica antiga de monjolo trabalhando o dia inteiro. Em Minas Gerais em 1890 o governado João Pinheiro da Silva (figura) promove pesquisas para melhoramento do capim para pasto de gado a que Manuel Bernardes em El Brasil - su vida - su trabajo - su futuro[4] se refere como “verdadeira revolução econômico industrial”.[5] “O doutor Pinheiro partiu evidentemente deste conceito e está pondo à vista a demonstração de que pode aquele solo, de aparência tão pobre, dar rendimentos culturais inesperados. Assim, a granja, que se chama precisamente "de demonstração", estando dividida em duas seções – agrícola e zootécnica – está tratada como uma exploração privada, sem complicações teóricas de nenhuma espécie.Em 1903, João Pinheiro da Silva coordenou o Congresso Agrícola, Industrial e Comercial.



[1] MELLO, Maria Regina Ciparrone. A industrialização do algodão em São Paulo. São Paulo: Perspectiva, 1983, p.98

[2] COSTA, Emília Viotti da. Da senzala à colônia, São Paulo:Unesp, 1998, p. 407

[3] BARRETO, Patrícia Regina. Sociedade auxiliadora da indústria nacional: o templo carioca de Palas Atena, Doutorado em História, UFRJ, 2009, p.143

[4] https://www.novomilenio.inf.br/santos/h0300k2.htm

[5] FREYRE, Gilberto. Ordem e progresso, São Paulo: Record, 2000. p.852



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