sábado, 18 de dezembro de 2021

A grandeza de Tenochtitlán

 

Poucas cidades europeias na época possuíam um sistema de distribuição de água potável como Tenochtitlán[1]. Quanto à higiene pública não havia canalização de esgotos ao longo das ruas haviam sanitários públicos que eram limpos regularmente[2]. O Codex Telleriano Remensis que registra todos os eventos extraordinários como calamidades e tremores de terra, não registra nenhuma epidemia[3]. As inundações de Tenochtitlan viriam a ocorrer em 1500, após, portanto a construção do aqueduto o que levou a alguns analistas como Durán e Tezozomoc a acreditar que um rompimento do aqueduto poderia ter sido a causa da inundação[4]. A inundação é mencionada no Códex de 1576 que relata a destruição dos campos de milho[5]. A sociedade era altamente centralizada e a religião politeísta incluindo Huehueteotl (deus do fogo), Ethecatl (do vento), Coatlicue (da terra, da vida e da morte), Tlaloc (da chuva), Xilonen (do milho), Quetzalcoatl (do planeta Venus), Tlazolteotl (da fertilidade), Tezcatlipoca (da noite), Huitzilopochtli (senhor do Universo).[6] Segundo o relato de Bernal Diaz sobre Tenochtitlán: “a sólida e poderosa capital de Montezuma surgia no centro dum lago muito fundo. Chegava-se lá por estradas terraplanadas e pontes de madeira entalhada, bastante altas, para que os barcos pudessem passar debaixo delas. Levantadas as pontes, o resto do dique formava uma espécie de ilha cercada pela água e a cidade tornava-se inacessível. A fonte de Chapultepec fornecia à cidade inteira água potável que era encanada até as habitações ou vendida nas bicas”.[7] Ainda segunda Bernal Diaz; “Diante daquelas maravilhas não sabíamos o que se havia de dizer, nem se aquelas aparências defronte de nós era realidade. Lá estava a grande cidade e nós não chegávamos a quatrocentos homens [...][8] estes grandes burgos e pirâmides e edifícios que se erguiam da água todos feitos de pedra, pareciam uma visão encantada [...] era tudo tão maravilhoso que eu não sei como descrever essa primeira visão de coisas nunca ouvidas, vistas ou sonhadas antes”.[9] Segundo Bernal: “alguns soldados acreditava que não passava de um sonho [...] Em toda a minha vida jamais esquecerei aquele espetáculo”.[10]



[1] LEONARD, Joathan. América pré colombiana, Rio de Janeiro:José Olympio Editora. Biblioteca de História Universal Life, 1971, p.122

[2] THORWALD, Jurgen. O segredo dos médicos antigos. São Paulo: Melhoramentos, 1990, p.250

[3] SOUSTELLE, Jacques. A vida quotidiana dos astecas. Belo Horizonte:Itatiaia, 1962, p.67

[4] DAVIES, Nigel. The astecs: a history, London; Folio Society, 1973, p. 346

[5] SOUSTELLE, Jacques. A vida quotidiana dos astecas. Belo Horizonte:Itatiaia, 1962, p.66

[6] ROMANO, Arturo. Museu Nacional de Antropologia da cidade do México, São Paulo: Mirador, 1970, p. 131

[7] HERRMANN, Paul. A conquista das Américas. Sâo Paulo:Boa Leitura, 1960, p. 76, 113

[8] HERRMANN, Paul. A conquista das Américas. Sâo Paulo:Boa Leitura, 1960, p.117

[9] PHILLIPS, Ellen, Viagens de descobrimento 1400-1500, Rio de Janeiro:Time Life, 1991, p.141

[10] LONGHENA, Maria. O México antigo, Barcelona:Folio, 2006, p. 205; LISSNER, Ivar. Assim viviam nossos antepassados. Belo Horizonte: Itatiaia, 1968, p. 326



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