O livro da Sabedoria no capítulo 7 se refere a
Salomão como artífice de Deus: “Ele me deu um conhecimento (gnosis) de tudo o que existe,
para eu entender a estrutura do mundo (kosmos) e as propriedades/princípios dos
elementos, o começo, o meio e o fim dos tempos, a alteração dos solstícios, as
mudanças das estações, os ciclos do ano e a posição das estrelas, a natureza
dos animais e a fúria das feras, a força dos espíritos/ventos (pnevmáton) e os
pensamentos dos homens, a variedade das plantas e as propriedades das raízes.
Aprendi tudo o que está oculto e tudo o que se vê, pois a Sabedoria (sofia),
artífice de todas as coisas, mo ensinou”.[1] Salomão é retratado como grande sábio de seu tempo: ele estudou astrologia,
magia de plantas, adivinhação e demonologia. Alguns tradutores obscurecem esse
fato; ao traduzirem como ”o poder dos ventos”’ quando o contexto mostra
que se tratam de espíritos. Josefo em Antiguidades Judaicas 8(2):1 [2] se refere a passagem como Deus tendo dado a ele conhecimento da arte que era
usada contra demônios a fim de curar os homens: “Deus também o capacitou com
a habilidade de expulsar demônios, que é uma ciência útil para curar os homens”.[3] O nome Salomão deriva do hebraico Shalom que significa paz.[4] Plínio em História Natural capítulo XXX [5] trata das imposturas das artes mágicas que incluem três áreas: medicina, religião,
e artes matemáticas ou astrologia [6].
[1] https://en.katabiblon.com/us/index.php?text=LXX&book=Wsd&ch=7&interlin=on
[2] https://penelope.uchicago.edu/josephus/ant-8.html#EndNote_Ant_8.6b
[3] LUCK, Georg. Arcana Mundi: magic and the occult in the Greek and roman
worlds, Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2006, p.58
[4] LISSNER, Ivar. Assim viviam nossos antepassados, Belo Horizonte, Itatiaia, 1968,
p. 126
[5] https://penelope.uchicago.edu/Thayer/L/Roman/Texts/Pliny_the_Elder/30*.html
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