Os astecas
descobriram a obsediana com a qual produziam facas e lâminas prismáticas para
talhar a madeira.[1] Os astecas demonstraram muitos conhecimentos em engenharia hidráulica na
construção de um dique de 16 quilômetros de extensão e na utilização da água do
lago Texcoco na cidade de Tenochtitlán[2] uma
cidade insular, a capital do império fundada em 1325, também conhecida como a “Grande
Veneza”[3] na
América.[4] O rei de
Texcoco Nezahualcoyotl era patrono das artes e ciências[5]. A
cidade tinha cinco portas e em cada porta uma ponte até a terra, sendo que as
mesmas pontes dotadas de muitas barreiras e torres para que não fosse atacada.[6] Com o
dique o nível da baía poderia ser regulado pela abertura e fechamento de suas
comportas.[7] Um
aqueduto construído sob o reinado de Moctezuma I (1440-1469) levou água doce das
fontes de Chapultepec para o centro da cidade, feito de pedra e cimento e
estendendo-se por cinco quilômetros[8] numa
época e que a cidade contava com mais de 250 mil habitantes.[9] Uma
outra fonte Toxpalatl abastecia de água potável não somente os sacerdotes mas a
gente comum[10].
Poucas cidades europeias na época possuíam um sistema de distribuição de água
potável como Tenochtitlán [11]. As
inundações de Tenochtitlan viriam a ocorrer em 1500, após, portanto a
construção do aqueduto o que levou a alguns analistas como Durán e Tezozomoc a
acreditar que um rompimento do aqueduto poderia ter sido a causa da inundação[12]. A
inundação é mencionada no Códex de 1576 que relata a destruição dos campos de
milho[13]. A
sociedade era altamente centralizada e a religião politeísta incluindo
Huehueteotl (deus do fogo), Ethecatl (do vento), Coatlicue (da terra, da vida e
da morte), Tlaloc (da chuva), Xilonen (do milho), Quetzalcoatl (do planeta
Venus), Tlazolteotl (da fertilidade), Tezcatlipoca (da noite), Huitzilopochtli
(senhor do Universo).[14] Segundo
o relato de Bernal Diaz sobre Tenochtitlán: “a sólida e poderosa capital de Montezuma surgia no centro dum lago
muito fundo. Chegava-se lá por estradas terraplanadas e pontes de madeira
entalhada, bastante altas, para que os barcos pudessem passar debaixo delas.
Levantadas as pontes, o resto do dique formava uma espécie de ilha cercada pela
água e a cidade tornava-se inacessível. A fonte de Chapultepec fornecia à
cidade inteira água potável que era encanada até as habitações ou vendida nas
bicas”.[15]
Ainda segunda Bernal Diaz; “Diante
daquelas maravilhas não sabíamos o que se havia de dizer, nem se aquelas
aparências defronte de nós era realidade. Lá estava a grande cidade e nós não
chegávamos a quatrocentos homens [...][16] estes grandes burgos e pirâmides e
edifícios que se erguiam da água todos feitos de pedra, pareciam uma visão
encantada [...] era tudo tão maravilhoso que eu não sei como descrever essa
primeira visão de coisas nunca ouvidas, vistas ou sonhadas antes”.[17]
Segundo Bernal: “alguns soldados
acreditava que não passava de um sonho”.[18]
[1] TERESI, Dick.
Descobertas perdidas, São Paulo:Cia das Letras, 2008, p.328
[2] McCLELLAN III, James; DORN, Harold. Science and technology on world
history: an introduction. The
Johns Hopkins University Press, 1999, p.162; ROMANO, Arturo. Museu
Nacional de Antropologia da cidade do México, São Paulo: Mirador, 1970, p. 130
[3] LONGHENA, Maria. O
México antigo, Barcelona:Folio, 2006, p. 71
[4] SOUSTELLE, Jacques. Tenochtitlán. Readers's Digest. As grandes civilizações
desaparecidas, Lisboa:1981, p.294
[5] LEONARD, Joathan.
América pré colombiana, Rio de Janeiro:José Olympio Editora. Biblioteca de
História Universal Life, 1971, p.65
[6] HERRMANN, Paul. A
conquista das Américas. Sâo Paulo:Boa Leitura, 1960, p.77
[7] LEONARD, Joathan.
América pré colombiana, Rio de Janeiro:José Olympio Editora. Biblioteca de
História Universal Life, 1971, p.122
[8] SOUSTELLE, Jacques.
Tenochtitlán. Readers's Digest. As grandes civilizações desaparecidas,
Lisboa:1981, p.298; SOUSTELLE, Jacques. A vida quotidiana dos astecas. Belo
Horizonte:Itatiaia, 1962, p.63; Guia dos segredos do império: o povo asteca,
Barueri:On Line, 2016, p. 27
[9] LONGHENA, Maria. O
México antigo, Barcelona:Folio, 2006, p. 64
[10] SOUSTELLE, Jacques. A
vida quotidiana dos astecas. Belo Horizonte:Itatiaia, 1962, p.55
[11] LEONARD, Joathan.
América pré colombiana, Rio de Janeiro:José Olympio Editora. Biblioteca de
História Universal Life, 1971, p.122
[12] DAVIES, Nigel. The
astecs: a history, London; Folio Society, 1973, p. 346
[13] SOUSTELLE, Jacques. A
vida quotidiana dos astecas. Belo Horizonte:Itatiaia, 1962, p.66
[14] ROMANO, Arturo. Museu Nacional de Antropologia da cidade do México, São Paulo:
Mirador, 1970, p. 131
[15] HERRMANN, Paul. A conquista
das Américas. Sâo Paulo:Boa Leitura, 1960, p. 76, 113
[16] HERRMANN, Paul. A
conquista das Américas. Sâo Paulo:Boa Leitura, 1960, p.117
[17] PHILLIPS, Ellen,
Viagens de descobrimento 1400-1500, Rio de Janeiro:Time Life, 1991, p.141
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