Arnold Toynbee atribui uma influência egípcia no alfabeto fenício.[1] Os exemplos mais antigos de escrita fenícia foram encontrados na península do Sinai que estava sob domínio dos egípcios na época.[2] Inscrições fenícias de seu alfabeto também podem ser encontradas no túmulo de Ahiram, rei de Gebel a um época posterior a Ramsés II (1292- 1225 a.c.)[3] e numa inscrição do vaso de Tell Duweir. A estela de Mesha, rei Moabe, data de 842 a.c. mostra que nesta época a escrita alfabética já estava bastante difundida no Oriente Próximo.[4] Carroll Quigley e Edward Burns apontam os hieróglifos egípcios como precursores do alfabeto.[5] A escrita alfabética fenícia era apenas uma variedade de escritas mais antigas encontradas na Síria e Palestina por volta de 1800 a.c.. J. Cerny estima que em Ras Shamra, antiga Ugarit descoberta em 1928, houve um desenvolvimento posterior do alfabeto, por volta de 1400 a.c. ainda que independente da experiência semítica [6]. Muitas das tabuinhas encontradas em Ras Chamra são simples relações de entregas de alimentos, vinho e azeite.[7] As tabuinhas de Ras Shamra mostram que em 1400 a.c. na Síria setentrional, bem em frente ao Chipre haviam pelo menos oito línguas em uso: hebreu arcaico escrito em cuneiforme alfabético, a língua babilônica em cuneiforme convencional tal como em Tell el Amarna, a língua sumeriana, duas línguas desconhecidas, o hieroglífico egípcio, a língua hitita e outra língua desconhecida de origem no Chipre ou Creta.[8] Os textos em Ras Shamra sugerem semelhanças fortes entre os sistemas ugaríticos e fenícios de modo que estas escritas não foram invenções completamente independentes. A escrita cananeia exprime apenas consoantes. Carl Grimberg considera improvável a origem do alfabeto como sendo a Babilônia uma vez que a escrita cuneiforme é composta de vogais e consoantes, enquanto a a escrita fenícia não conhece as vogais. Os babilônios escreviam da esquerda para a direita, ao contrário dos fenícios. A escrita cuneiforme não era destinada a ser uma escrita mas uma gravação, ao contrário da fenícia que supõe o uso de caneta, tinta e papiro ou matéria similar. Desta forma, Carl Grimberg acredita ser mais provável ter sido a escrita cursiva egípcia a origem para a escrita fenícia.[9]
[1] TOYNBEE, Arnold. A
humanidade e a mãe terra, Rio de Janeiro:Zahar, 1976, p.169
[2] ROSS, Norman. The epic of man, Life Magazine, 1962, p. 131
[3] MARSTON, Charles. A
Bíblia disse a verdade, Belo Horizonte:Itatiaia, 1958, p. 62
[4] READERS'S DIGEST. Da
idade do ferro à idade das trevas: de 1200 a.c. a 1000 d.c, Rio de Janeiro,
2010, p.27
[5] BURNS, Edward McNall.
História da civilização ocidental, Rio de Janeiro:Ed. Globo, 1959, p.61;
QUIGLEY, Carroll. A evolução das civilizações, Rio de Janeiro: Fundo de
Cultura, 1961, p.180
[6] HARRIS, J. O legado do
Egito, Rio de Janeiro:Imago, 1993, p.228
[7] TATON, René. A ciência
antiga e medieval: as ciências antigas do Oriente, tomo I, livro 1, São
Paulo:Difusão Europeia, 1959, p. 143
[8] MARSTON, Charles. A
Bíblia disse a verdade, Belo Horizonte:Itatiaia, 1958, p. 119
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