Os teares incas era de pequenas dimensões, do tipo vertical: dois pequenos paus de madeira, paralelos estendiam o fio da urdidura[1]. Maria Longhena mostra que embora algumas cerâmicas e relatos de cronistas descrevam teares verticais sua existência não pode ser confirmada pela arqueologia.[2] As pessoas comuns usavam a ahuasca um tecido grosseiro de algodão ou lã de alpaca enquanto que os membros da casa real inca usava o cumbi tecido mais elegante e refinado.[3] Em quíchua huasca significa corda.[4] As tecelãs do templo do Sol eram conhecidas como yuracacllas.[5] Os artesãos incas encarregados do tingimento de tais tecidos eram denominados canticamaios. Para o tingimento com cores azul, verde, negra e violeta era usado o índigo, enquanto que o amarelo e o cinza eram obtidos com a chilca, e o laranja era obtido com o urucum, o vermelho era obtido de um inseto a cochonilha e de um parasita do cacto a opuntia.[6] A cochonilla era também muito usada entre os astecas e maias.[7] Durante o período de domínio espanhol, a produção do corante cochonilha cresceu rapidamente tornando-se o segundo produto em valor exportado do México, superado apenas pela prata. No século XVI os espanhóis tomaram as devidas precauções para manter em segredo o processo de fabricação desta tintura. Até cerca de 1820, o México conseguiu manter o monopólio de produção da cochonilha.[8] A palavra “vermelho” tem origem do latim vermiculus, “vermezinho” em referência ao inseto cochonilha conhecida desde a antiguidade. A cor púrpura era obtida de dois moluscos o Murex brandaris e o Murex truncullus. Entre os maias as tecelãs incumbidas de confeccionar as vetes sacerdotais estavam sob a proteção da deusa Ix Asal Uoh.[9]
[1] BAUDIN, Louis. A vida
quotidiana dos últimos incas, Lisboa:Ed. Livros do Brasil, p. 249
[2] LONGHENA, Maria; ALVA,
Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.111
[3] LONGHENA, Maria; ALVA,
Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.107
[4] WAISBARD, Simone.
Tiahuanaco: 10000 anos de enigmas incas. São Paulo:Hemus, 1971, p. 109
[5] SORIANO, Waldemar. Los
incas: economia sociedade y estado em la era del Tahuantinsuyo, Peru:Amaru
Editores, 1997, p. 472
[6] LONGHENA, Maria; ALVA,
Walter. Peru Antigo. Grandes civilizações do passado. Madrid:Folio, 2006, p.111
[7] https://pt.wikipedia.org/wiki/Cochonilha
[8] FERRAZ, Márcia;
GOLDFARB, Ana Alfonso; WAISSE, Sílvia. Os estudos sobre a cochonilha entre os
séculos XVIII e XIX: uma circulação controversa de informações, 13º Seminário
Nacional de História da Ciência e da Tecnologia, São Paulo, 2012.
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