O final do século XIX é marcado por grandes avanços tecnológicos que conduzem a uma grande credibilidade da ciência e tecnologia. Na abertura do Congresso Nacional de Engenharia, o presidente do Clube de Engenharia em 1900 o engenheiro Osório de Almeida afirma: “Se tratássemos medir, exprimir o progresso por um número, este seria o que desse a intensidade das forças motrizes que impulsionam as máquinas elevatórias que, em seus portos enfeitarão o embarque e desembarque dos gêneros que ele oferece à venda e dos que compra para seu consumo, das que põem em movimento as máquinas que em suas oficinas e fábricas efetuam a transformação da matéria prima [...] O problema do progresso se reduz, portanto, à sujeição das forças da natureza à vontade e ao arbítrio do homem e a engenharia é a arte que nos ensina o modo porque se obtém essa sujeição. Ela já foi definida: a arte de dominar as grandes fontes de força da natureza para a utilidade e a conveniência do homem. O estudo da engenharia em suas inúmeras variedades é, pois, o do progresso, da civilização”.[1] Em 1880 no Rio de Janeiro foi fundado o Clube de Engenharia o engenheiro Conrad Niemeyer em seu discurso destacou que a engenharia “deveria operar a junção da ciência ao capital, a união dos engenheiros e industriais, até então afastados e entre si desconhecidos”.[2] Gilberto Freyre ao analisar os jornais dos finais do século XIX, período de introdução de diversos produtos tecnológicos e mudanças de costumes (substituição das escarradeiras, uso do water closet, do bidet, gilete, bondes, fotografia, datilografia, dos anúncios publicitários, substituição das ceroulas compridas pelas curtas, da injeção)[3], se refere ao que alguns tratam como “euforia patriótica em torno do progresso da indústria nacional” como anúncios como os da Fábrica Nacional de Tecidos de lã do Rink que apresenta seus produtos “com similares importados das melhores fábricas da Europa”.[4]
[1] AZEVEDO, André Nunes. O
discurso de legitimação da atuação do Clube de Engenharia no saneamento urbano
do Rio de Janeiro da primeira República. In: Livro de Anais do Programa de pós
graduação em História das Ciências e das técnicas e Epistemologia HCTE,
Scientiarum Historia II, Encontro luso-brasileiro de História das Ciências,
2009, p.427-432
[2] HONORATO, Cezar. O
Clube de Engenharia nos momentos decisivos da vida no Brasil, Rio de
Janeiro:Venosa Design, 1996, p. 32
[3] FREYRE, Gilberto. Ordem e progresso, Rio de Janeiro: Record, 2000, p. 150
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