O castelo de Tomar sede da Ordem de Cristo fundada em 1319 por D. Dinis como sucessora da Ordem dos Cavaleiros Templários[1] mantinha em segredo diversas informações técnicas de navegação, construção naval e cartografia.[2] Jorge Caldeira aponta este como um processo de depuração de conhecimento prático em meio a tantos relatos fantasiosos como inaugurando a era moderna centrada em conhecimentos científicos.[3] Tomar nasce da doação do Castelo de Ceras e seu termo aos Templários, por D. Afonso Henrique em 1159. Os Templários construíram grande fortuna atuando como verdadeiras agências bancárias para permitir que os peregrino à Terra Santa em Jerusalém pudessem viajar sem ter de transportar valores e estarem sujeitos a assaltos, bastava que realizassem um depósito por exemplo na Temple Church construída pelos Templários em 1185 em Londres para depois sacarem o dinheiro em Jerusalém mediante a apresentação de uma carta de crédito.[4] Na França os Templários seriam expulsos por Felipe o Belo usando de sua influência junto ao papa francês Clemente V durante o período de papado em Avinhão (1309-1377). Embora Clemente V tenha absolvido os templários como mostra o "Pergaminho de Chinon", ele entretanto compreendeu que, para evitar um cisma na Igreja, era necessário sacrificar a sobrevivência da Ordem o que veio a ocorre no a Ordem foi dissolvida no Concílio de Vienne (França), em 1312. O último grão-mestre, Jacques de Molay, foi queimado na fogueira em Paris em 1314. De acordo com a lenda, de dentro das chamas este amaldiçoou o rei Filipe IV, o papa Clemente V e o ministro Guilherme de Nogaret, afirmando estes seriam convocados perante o tribunal de Deus no prazo de um ano, o que de fato veio a ocorrer. Daniel Rops questiona se os interesses do rei francês eram apenas financeiros tendo em vista que a Ordem dos Hospitalários recebeu a sua parte do espólio.[5]
[1]BOXER, Charles. O
império colonial português, Lisboa: Edições 70, 1969, p. 225
[2] CALDEIRA, Jorge.
História da Riqueza no Brasil, Rio de Janeiro:Estação Brasil, 2017, p.42, 44
[3] CALDEIRA, Jorge. A
nação mercantilista, São Paulo:Ed. 34, 1999, p. 97, 122
[4] COSTA, Marcos. O livro
obscuro do descobrimento do Brasil, Rio de Janeiro:Leya, 2019, p. 195
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