John Henry identifica na alquimia uma importante fonte
para o método experimental preconizada na revolução científica do século XVII:
“a alquimia não se tornou experimental de
repente na revolução científica – sempre fora uma atividade experimental. O que
aconteceu na revolução científica foi que o experimentalismo alquímico começou
a se fazer notar entre filósofos naturais, clínicos e outros intelectuais que
já começavam a se familiarizar com os ensinamentos da experiência graças a
desenvolvimentos nas ciências matemáticas, na história natural, na anatomia e
na medicina”.[1] Para o químico Justus Liebig: “a mais
rica imaginação do mundo não teria podido conceber uma ideia melhor do que a
pedra filosofal para inspirar as mentes e faculdades dos homens. Sem ela, a
química não seria o que é hoje. Para descobrir que não existia nada semelhante
à pedra filosofal, foi necessário passar em revista e analisar todas as
substâncias conhecidas da Terra. E é precisamente nisso que reside sua
influência miraculosa”.[2] Para
Latino Coelho: “seguindo a trilha de uma
ideia exclusiva , que os dominava com a energia imperativa de uma crença, os
alquimistas fundaram o método experimental, e, vagueando muitas vezes ao acaso,
em demanda do seu termo suspirado, iam deixando no seu caminho descobrimentos
reais e fecundíssimos, que os absolveram plenamente do seu erro fundamental”.[3] Para
Tannery a busca da pedra filosofal era uma justificativa para manter o
interesse nas pesquisas em química: “a falsa ciência salvou a verdadeira”. [4]
[1] HENRY, John. A
revolução científica e as origens da ciência moderna. Rio de Janeiro:Zahar,
1998, p. 43
[2] STRATHERN, Paul. O
sonho de Mendeleiev: a verdadeira história da química, Rio de Janeiro:Zahar,
2002, p.56
[3] COELHO, Latino. A
ciência na idade média, Lisboa:Guimarães Editores, 1988, p.21
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