Luiz Edmundo se refere a rua do Ouvidor como a “artéria principal da cidade”. Segundo o crítico Brito Brota ao escrever em 1900: “o chique era mesmo ignorar o Brasil e delirar por Paris, numa atitude afetada e nem sempre inteligente”.[1] Anfriso Fialho descreve a rua do Ouvidor do século XIX como “o coração e ouvidos do Rio de Janeiro”. Da rua do Ouvidor partiriam os primeiros boatos da queda da monarquia e o golpe republicano.[2] Em 1827 o tipógrafo francês Pierre Plancher fundou o Jornal do Comércio.[3] Na rua do Ouvidor foi instalado o primeiro telefone do Rio de Janeiro por Antonio Ribeiro Chaves da loja “Ao Rei dos Mágicos” estabelecendo uma ligação direta entre o Jornal do Comércio e a estação dos Bombeiros.[4] Além de ter sido a primeira a ter obras de calçamento, em 1857, e a receber iluminação elétrica, no ano de 1891. Com a abertura da Avenida Central em 1906 o prestígio da rua do Ouvidor foi ofuscado.[5]
[1] SODRÉ, Nelson Werneck.
A história da imprensa no Brasil, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966,
p. 343
[2] GOMES, Laurentino, 1889,
Rio de Janeiro: GloboLivros, 2013, p.45
[3] GERSON, Brasil. História das ruas do Rio, Rio de Janeiro: Brasiliana, 1965, p. 66
[4] GERSON, Brasil. História das ruas do Rio, Rio de Janeiro: Brasiliana, 1965, p. 71
[5] 100 anos de República, v. II , 1904-1918, São Paulo: Abril Cultural, p. 12
Nenhum comentário:
Postar um comentário