sábado, 23 de outubro de 2021

Jorge Borges Barros e a Revolta dos Alfaiates

 

Membro da elite baiana, Jorge Borges Barros conseguiu fugir para Lisboa antes que os conjurados baianos na revolução dos alfaiates de 1798, cujos líderes eram exclusivamente mulatos[1], fossem descobertos entre os quais alguns maçoms[2]. Na ilha da Madeira José Borges Barros tornou-se grão-mestre da maçonaria. Logo envolveu-se na falsificação de papel moeda e moeda metálica para introdução no Brasil para financiar movimentos de revolta contra a Coroa portuguesa. As primeiras denúncias ao Santo Ofício de lojas maçônicas no Brasil datam do início do século XIX. Após a Revolução de Pernambuco de 1817 onde houve denúncia de que a casa de uma das lideranças Domingos José Martins funcionava uma loja maçônica, D. João VI tomou medidas mais enérgicas contra os maçons expedindo o Alvará de 30 de março de 1818[3] Por este alvará pertencer a uma sociedade secreta constituía crime de lesa majestade[4] ao determinar punições aos frequentadores de Lojas, Clubes e Comitês ou sociedades secretas que “tem se convertido em conventículos e conspirações contra o Estado”[5] Apesar da proibição os membros continuaram a se reunir. No Rio de Janeiro a Loja Comércio e Artes entrou em recesso em 1818 sendo reativada em 1821 sendo que durante esse período seus membros se reuniam no Convento de Santo Antonio. Com o retorno de D. João VI a Portugal em 1821 a repressão foi abrandada

[1] RUSSELL WOOD, Escravos e libertos no Brasil colônia, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005, p.125

[2] CALMON, Pedro. História da Civilização Brasileira. São Paulo:Cia Editora Nacional, 1937, p.171

[3] SILVA, Hailton Meira da. Cultura Geral maçônica, Rio de Janeiro:Menthor, 2009, p.287

[4] BARATA, Alexandre Mansur. Maçonaria, sociabilidade ilustrada e independência (Brasil, 1790-1822), UNICAMP: Programa de Pós-Graduação em História, 2002,

 http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000249890; BARATA, Mansur barata. Maconaria, Sociabilidade Ilustrada & Independência Do Brasil 1790-1822, Juiz de Fora: Annablume/Fapesp, 2006

[5] SODRÉ, Nelson Werneck. Formação histórica do Brasil, Rio de Janeiro:Civilização Brasileira,1979, p.205; BARATA, Mansur. Maçonaria, sociabilidade ilustrada & independência do Brasil, 1790-1822, p.194 http://books.google.com.br


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