terça-feira, 5 de outubro de 2021

As patentes da manufatura do café no século XIX

 

Segundo Wesley Freire mostra que os técnicos estrangeiros “machinistas” contratados para operar as modernas máquinas da indústria cafeicultora, muitos deles acabaram montando suas próprias oficinas de manutenção contribuindo para o desenvolvimento técnico da indústria brasileira.[1] Luiz Cláudio Ribeiro, cita como exemplo o engenheiro inglês Samuel Beaven que se estabeleceu em Campinas e Jundiaí para trabalhar com Mac Hardy em 1888 e teve patentes solicitadas para máquina de café como a escolhedeira automática de n° 7409 de 1885 no Rio de Janeiro, a de despolpador n° 7732 de 1879 em Itaici, a máquina para descascar, ventilador e separador de café n° 7733 de 1881, o estrumador Ibicaba n° 7737 de 1881 em Campinas, a patente n° 7755 de 1880 do despolpador Gordon, patente n°7910 para o ventilador Ipanema[2],  a máquina hidráulica de lavar roupa n° 8100 de 1880, aparelho torrrador de café n° 8179 de 1879 no Rio de Janeiro, o despolpador n° 8196 de 1880 em Itaici, entre outras patentes. Wilson Cano mostra o uso cada vez maior no oeste paulista de máquinas de beneficamento de café especial após a década de 1870 entre as quais despolpadores, descaroçadores, ventiladores, brunidores (para polimento), separadores, classificadores, modificadores de tipos de café entre outros equipamentos. Em 1885 são concedidas muitas patentes para máquinas e implementos para agricultura, muitas das quais resultaram na produção de novos equipamentos comercializados tal como complidaos nos trabalhos de Affonso Taunay de 1943 História do café no Brasil, e Emília Viotti Costa em Da senzala à colônia (1966).[3] João Vannucci lista um total de 119  patentes concedidas no período 1830-1862 submetidos à avaliação das comissões técnicas da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional entre as quais o moinho dos irmão De Mornay.[4]



[1] FREIRE, Wesley Jorge. Arquitetura do café. Campinas, 2002 http://arquiteturadocafe.com.br/processo-produtivo/a-industria-do-beneficiamento-e-a-de-maquinas-para-o-beneficiamento-do-cafe/

[2] LOBO, Eulália Maria Lahmeyer. História político administrativa da agricultura brasileira, 1808-1889, Brasília: Ministério da Agricultura, 1980, p.86

[3] CANO, Wilson. Raízes da concentração industrial em São Paulo, São Paulo: Difel, 1977, p.32

[4] VANNUCCI, João Carlos Piedade. As invenções técnicas brasileiras no primeiro reinado, Tese Doutorado, PUC/SP, 2016



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