Jaime Cortesão publicou em 1958 o opúsculo "A
Missão dos Padres Matemáticos no Brasil" editado pela Agência Geral do
Ultramar em que se refere que os mapas então produzidos eram surpreendentemente
rigorosos para os meios da época. Apesar disso, o Mapa das Cortes usado nas
negociações do Tratado de Madri por Alexandre de Gusmão foi propositalmente
viciado nas longitudes para fins diplomáticos desviando o Brasil meridional para
leste, aumentando assim a soberania de Portugal delimitado pelo meridiano de
Tordesilhas. A cartografia dos padres matemáticos, por sua vez, foi mantida em
segredo pelo reino português.[1] O
Tratado de Tordesilhas estabelecido entre Portugal e Espanha nunca foi
reconhecido pelos demais países, que não reconheciam tal monopólio e desde o
século XVI enviavam navios ao litoral do Brasil que partiam dos portos de
Diepe, Saint Malo, Honfleur e Cherbourg na costa da França. O rei da França
Francisco I (1515-1547) diante dos protestos de Portugal respondeu ironicamente
que desconhecia o testamento de Adão que teria dividido o mundo entre os reis
de Portugal e Espanha.[2] Os
primeiros navios franceses partiram do porto de Honfleur em 1503 sob comando do
capitão Binot Palmier de Gonneville tendo chegado a São Vicente (São Paulo) onde
Gonneville ergueu em sinal de posse uma grande cruz de madeira da terra
gravando os nomes do papa Alexandre VI e do rei Luís XII da França. [3]
[1] CORTESÃO, Jaime.
Alexandre de Gusmão e o tratado de Madrid, v.II São Paulo: Funag, 2006, p. 332,
333
[2] FILHO, Ivan Alves. História pré colonial do Brasil, Rio de Janeiro: Europa
Editora, 1987, p.161
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