No Egito receitas
cosméticas e médicas foram encontradas em um texto do século XVI a.C o Papiro cirúrgico Edwin Smith[1] descoberto em 1930. O texto é uma cópia
de outro texto ainda mais antigo[2],
que contém “o conhecimento secreto da deusa
Ísis”.[3] Para Berthelot “todo o tipo de processo
químico assim como tratamento médico era executado com o acompanhamento de
fórmulas religiosas, orações e encantamentos, consideradas essenciais para o
sucesso das operações assim como para a cura das doenças”.[4] Breasted contesta a afirmação de Berthelot porém sua crítica é anterior a
descoberta do papiro de Edwin Smith, onde são listadas fórmulas terapêuticas e
místicas para o tratamento de ferimentos e fraturas, provavelmente com material
copiado de outros documentos ainda mais antigos.[5] David Silverman mostra que diversas receitas são acompanhadas de encantamentos
de modo que medicina e magia são vistos como uma unidade, como por exemplo a
receita 9: “O inimigo que está na ferida é repelido, o mal que está no
sangue é expulso, o adversário de Hórus de todos os lados da boca do ISIS não
existe mais. Este templo não cai. Não há nenhum inimigo do barco nele. Estou
sob a proteção do ISIS. Meu resgate é o filho de Osíris e aquele é Hórus.”[6] O papiro de Edwin Smith inclui cirurgias para reconstrução de nariz e queixos
fraturados. Esqueletos encontrados no Vale dos Reis mostram que fraturas
sofridas pelos trabalhadores eram restauradas com uso de talas.[7] Jurgen Thorwald destaca que o papiro de Edwin
Smith é um documento que trata de um manual de medicina onde não se observam
exorcismos ou magia[8]. Cortes
menores eram amarrados com pequenas tiras de linho atados com carne fresca. O
princípio se baseia numa superstição que usa o ritual da compressão de carne
para fechar as feridas da carne, que acaba tendo em efeito empírico
satisfatório por atuar a carne neste caso como um fermento hemostático.[9] O papiro de Edwin Smith sugere que os egípcios contavam as batidas do coração
ao sentir os vasos sanguíneos com os dedos.[10]
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