quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Ascenção de mulatos no Brasil colonial: Antonio Fernandes Matos

 

Manuel Ferreira Jácome foi arquiteto membro da Irmandade Nossa Senhora do Livramento dos Pardos do Recife trabalhou como mestre de obras de Antonio Fernandes Matos que empregou 98 negros ladinos (aculturados) e autor da planta da Igreja de São Pedro dos Clérigos. Segundo Antonil os negros ladinos tinham maior capacidade de aprender e eram encontrados em diversos ofícios como barqueiros, marinheiros, carapinas e calafates[1]. Antonio Fernandes Matos arquiteto de origem humilde tornou-se rico mascate que teve um importante papel na reconstrução do Recife após a expulsão dos holandeses. Em 1695, Matos entrou para a Ordem Terceira de São Francisco do Recife, uma das mais exclusivas confrarias coloniais, cujos membros eram em grande parte mascates abastados. Foi escolhido como mestre de obras da capela dos terceiros, atualmente conhecida como Capela Dourada. [2] Charles Boxer (figura) usa o exemplo de Fernando Matos como uma exceção pois as irmandades brasileiras nunca chegaram a obter a riqueza e a importância de suas congêneres na América espanhola[3]. João Pereira Arouca foi mestre pedreiro em Mariana e Ouro Preto tendo construído entre outras a igreja de São Francisco de Assis em Mariana. O mestre pedreiro Francisco de Lima Cerqueira foi contratado pela Ordem Terceira de São Francisco de Assis da Vila de São João del-Rei em 1774 para construção de da igreja da irmandade.



[1] CAMPOS, Raymundo. Grandezas do Brasil no tempo de Antonil, São Paulo:Atual Editora, 1996, p. 33

[2] https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Fernandes_de_Matos

[3] BOXER, Charles. A idade de ouro do Brasil: dores de crescimento de uma sociedade colonial. São Paulo:Cia Editora Nacional, 1969, p. 34



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