Stuart Schwartz mostra as Irmandades como a Ordem
Terceira de São Francisco e a Ordem Terceira do Carmo constituíam uma das
principais fontes de crédito na colônia ao emprestarem dinheiro a juros.[1] Membros sem
filhos legavam toda a sua fortuna acumulada em mineração à Irmandades. João de
Matos por exemplo entregou um legado de 80 mil cruzados à Misericórdia da Bahia.
Jorge Souza mostra que o capitão Pero de Lima devia 400 contos ao mosteiro dos
beneditinos de Salvador.[2] No Rio
de Janeiro o mosteiro de São Bento mantinha créditos de mais de mil e quatros
contos com a elite da capital como o general Salvador Correia de Sá[3]. No
século XVII a maior parte dos empréstimos realizados na Bahia eram concedidos
pela Santa Casa de Misericórdia de Salvador.[4] Jorge
Caldeira aponta o papel das Irmandades no fomento da economia local.[5] Em seu
estudo das corporações de ofícios no Rio de Janeiro de 1820 a 1850 Eulália Lobo
mostra que “As irmandades e as
corporações desempenhavam importante papel mesmo depois do fechamento oficial
das corporações, em 1824. As irmandades funcionavam como bancos, defendiam os
interesses das corporações”. Oliveira Lima se refere a que “Nos tempos
coloniais quase não se fazia negócio algum a crédito, nem se punha comumente
dinheiro a juros no Brasil: entesourava-se no pé de meia e vendia-se contado.
Nem se formava ideia exata do valor e influência do capital, ou se emprestava”.[6]
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