Daniel Boorstin mostra a evolução da tecnologia da
construção de pirâmides entre os egípcios. A pirâmide em Degraus, obra de
alvenaria de pequenos blocos foi construída para ser o túmulo de Djoser (Zoser
ou Netjerikhet segundo selos da época[1]) (2630-2611
a.c.) segundo rei da terceira dinastia (2649-2575 a.c.), a pouco mais de um
século da construção de Quéops / Khufu, também
chamada por Khuit, o “horizonte” em
que o Sol era encoberto a cada manhã no horizonte[2]. Djoser,
é a primeira estrutura monumental no mundo, construída inteiramente em pedra. O
tamanho das pedras contudo são muito menores que as que serão usadas na
pirâmide de Quéops, o que poderia sugerir a preocupação do arquiteto Imhotep
que qualquer coisa em tamanho maior que o tradicional tijolo de barro poderia
não sustentar o peso da estrutura. Para pirâmide real de Sakara, Imhotep, vizir
do rei Zoser[3] (2580 a.c.) usa pedras, uma técnica revolucionária.[4] A
pirâmide teve início numa mastaba sobre a qual duas outras foram superpostas.
Partindo desta base três outras construções em degraus foram acrescidas até
ganhar a forma final da pirâmide de degraus construção que alcançava 60 metros
de altura tendo 121 por 109 metros na base. Jean Philippe Lauer acredita que a
pirâmide de Djoser foi construída em seis diferentes estágios. Sua orientação é
norte sul ao invés de leste oeste como nas pirâmides de Gizé. [5] A pesada
estrutura tinha como objetivo dificultar as pilhagens comuns nas mastabas mais
simples. A palavra mastaba significa “banco” em árabe[6], ou “barco” segundo Guilherme Oncken[7]. As
sepulturas assim chamadas se parecem com bancos que ficam do lado de fora das
casas dos egípcios[8].
Meio século depois no chamado tempo da Esfinge os egípcios já lidavam com
pedras de trinta toneladas. Nesse processo algumas pirâmides ruíram como a
pirâmide de Degraus de Sekhemkhet, sucessor de Djoser. Formalidades rituais eram rigorosamente
cumpridas para a escolha do local da construção dos templos, conforme
orientação do livro das fundações dos templos redigido por Imhotep, sendo as
construções orientadas pelo primeiro sacerdote de Ptah o Deus das artes, o
divino artífice o Fogo Criativo também representado como Hefaístos pelos
gregose Vulcano pelos romanos.[9] A
conversão das mastabas em pirâmide
escalonada pode estar relacionada com o
encantamento 267 gravado nas galerias
das pirâmides da quinta dinastia em que se diz: “foi colocada uma escada pela qual ao faraó possa subir ao ceu”.[10] Imhotep
implementou técnicas como o pilar de pedra e a arquitrave além do uso de
caneluras abstratas em suas colunas.[11] Para
compensar as forças laterais que atuavam nas pedras que montavam as pirâmides
Imhotep inventou paredes de apoio inclinadas para dentro que garantindo a
estabilidade do conjunto, sendo invisíveis do exterior[12]
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