Em 1780 Ferreira Pereira junto com João Hoffman fez testes com o linho guaxima para fabricação de cordas e lona tendo encaminhado três peças de linho para Lisboa. A indústria de cordoalha teve grande impulso ao abastecer os navios das frotas portuguesas com cabos aqui preparados.[1] John Mawe em Travels in the interior of Brazil de 1812 se refere a produção de cordas, linhas e redes de pesca com cânhamo plantado “de muito boa qualidade” na ilha de Santa Catarina.[2] Em 1767 na Bahia José Ferreira Leal recebeu apoio da Junta de Comércio de Lisboa para fabricar cordame. Dos estabelecimentos manufatureiros autorizados pela Junta de Comércio de Lisboa sob o regime de Pombal cerca de 80% foram autorizados após 1770.[3] Em 1775 o governador de Minas Gerais, Antonio de Noronha comunicou a Lisboa o notável crescimento dos estabelecimentos fabris na capitania[4]: “Lembro-me que V. Ex. me falou a respeito das fábricas estabelecidas nesta capitania independentes das do reino [Portugal] pela diversidade de gêneros que já nas suas fábricas se trabalhavam”.[5] Segundo Kenneth Maxwell (na figura): “as condições sociais e econômicas de Minas Gerais, na década de 1780 contradiziam tudo o que o conceito de dependência colonial, então corrente entre estadistas lisboetas tinha por axiomático [...] Assim o desenvolvimento observado em Minas era a antítese daquilo que a mentalidade oficial de Lisboa acreditava constituir a função de uma capitania colonial e, especialmente, a de uma que por tanto tempo fora a fonte mais vital da riqueza colonial portuguesa”. [6]
[1] BRITO, José Gabriel
Lemos. Pontos de partida para a história econômica do Brasil. Brasiliana v.
155, São Paulo:Cia Editora Nacional, 1980, p.286
[2] GARCIA,
Fernando Cacciatore. Como escrever a história do Brasil, Porto Alegre: Sulina,
2014, p. 407
[3] MAXWELL, Kenneth. A
devassa da devassa, Rio de Janeiro:Paz e Terra, 1985, p. 60, 68; Fundo Marquês
do Lavradio: inventário/Arquivo Nacional. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional,
1999 http://www.arquivonacional.gov.br/media/lavradio.pdf
[4] MAXWELL, Kenneth. A
devassa da devassa, Rio de Janeiro:Paz e Terra, ,1985, p. 86
[5] RODRIGUES, José
Honório. História da história do Brasil, São Paulo: Cia Editora Nacional, 1979,
p.170
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