A política do ministro Pombal já no reinado de D. José I (que reinou de 1750 a 1777) do Estado promover as manufaturas e uma burguesia nacional poderosa levou ao duque Silva Tarouca a chamar Pombal de “o Colbert português”.[1] Simonsen descreve Pombal como o “segundo Colbert português” sendo o Ministro das Finanças, Luís de Meneses (1675-1690), 3º conde da Ericeira, o primeiro, por adotar medidas mercantilistas para promover o estabelecimento de fábricas de panos no Reino de Portugal nas vilas do Fundão, Covilhã, Redondo e Portalegre.[2] A Câmara dos Comuns em Londres se refere ao conde de Ericeira como o “Colbert de Portugal”.[3] Pombal tentou inclusive a contratação de técnicos ingleses para desenvolver a manufatura em Portugal como, por exemplo, James Stephens.[4] Através da Junta de Comércio instituída em 1755 promoveu a vinda de artesãos e mestres para as fábricas do Fundão e de Covilha em Portugal[5]. Sob o regime de Pombal a Junta de Comércio de Lisboa havia assumido a antiga fábrica do Rato em 1757 então em decadência, revitalizando-a de modo que em 1776 já havia pelo menos 91 teares em operação.[6] Em 1771 foi iniciada a construção do lanifício real de Portalegre em Portugal com fundos da Junta do Comércio de Lisboa.[7] Pombal criou em Portugal indústrias de lã, chapéus, vidros, relógios, porém, nenhuma cresceu a ponto de se tornar importante.[8]
[1] MAXWELL, Kenneth.
Marquês de Pombal: paradoxo do iluminismo, Rio de Janeiro:Paz e terra, 1996,
p.68
[2] SIMONSEN, Roberto.
História Econômica do Brasil, São Paulo:Cia Editora Nacional, 1962, p.362;
ALBUQUERQUE, Manoel Maurício. Pequena história da formação social brasileira,
Rio de Janeiro: Graal, 1981, p. 128
[3] CORTESÃO, Jaime.
Alexandre Gusmão e o Tratado de Madrid, v.I, São Paulo: Funag, 2006, p.70
[4] FIORE, Elizabeth.
Presença britânica no Brasil (1808-1914). São Paulo:Pau Brasil, 1987, p. 23
[5] ALBUQUERQUE, Manoel
Maurício. Pequena história da formação social brasileira, Rio de Janeiro:
Graal, 1981, p. 130
[6] MAXWELL, Kenneth. A
devassa da devassa, Rio de Janeiro, 1985, p. 69
[7] MAXWELL, Kenneth. A
devassa da devassa, Rio de Janeiro, 1985, p. 70
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