No Brasil, com a política do marquês de Pombal com a
criação da Companhia Geral de Comércio de Pernambuco e Paraíba houve um
incremento produção e exportação do açúcar nas capitanias de sua ação[1]. A Companhia do Grão Pará e Maranhão manteve uma
manufatura de tecido no Pará por volta de 1770.[2] O Palácio dos Governadores de 1767 em Belém do Pará (na figura) e a contratação de arquitetos
conceituados como o italiano Antonio
José Landi para obras como a Catedral Metropolitana (1755-1782) era uma mostra
dos rendimentos alcançados pela Companhia.[3] O governador de Minas Gerais, Antonio de Noronha relatou a existência de diversos
estabelecimentos manufatureiros na capitania em 1775. A redução do ciclo do
ouro estimulou o regime pombalino a promover as novas manufaturas no intuito de
reduzir as importações inglesas[4].
A junta de comércio ajudou a instalar uma fábrica de couro de Feliciano Gomes
no Rio de Janeiro em 1769 e a de Costa Moreira em Pernambuco em 1772. Segundo
Kenneth Maxwell: “todos esses
desenvolvimentos nas atividades de manufatura e processamento contradiziam
práticas mercantilistas clássicas e assinalaram uma grande inovação na política
colonial portuguesa”.[5] Durante a administração pombalina Portugal logrou em reduzir em 70% seu déficit
comercial do Reino com a Inglaterra, aumentando as exportações em 34% e tendo
reduzido as importações em 44%. O déficit com a Inglaterra que era de um milhão
de libras esterlinas entre 1756 e 1760 passou a cerca de 250 mil libras
esterlinas entre 1771 e 1775, o que mostra o bem sucedido processo de
substituição de importações de manufaturas e, em maior medida, a criação das
companhias monopolistas de comércio.[6] O Tratado de Methuen de 1703 com a Inglaterra mencionava especificamente os
tecidos de lã de modo que o estabelecimento de fábricas para produção de
tecidos de algodão não representavam uma violação do Tratado.[7] Stuart Schwartz identifica no período de Pombal uma fase de ressurgimento da
inovação na economia açucareira colonial, influenciado por doutrina fisiocratas
com a incorporação de técnicas usadas entre os concorrentes das colônias
portuguesas: “a prosperidade estimulou a
experimentação e a busca de melhoramentos entre os senhores de engenho baianos”
como por exemplo a introdução da variedade de cana denominada “cana crioula” trazida da Madeira ou a “cana caiena” trazida da Guiana.[8] Segundo informação Geral da Capitania de
Pernambuco em 1749 assinala a existência de 202 engenhos, número que
experimentaria crescimento com as medidas de Pombal com a criação da Companhia
Geral de Comércio de Pernambuco e Paraíba em 1759 o que elevou o número de
engenhos para 369 em 1777.[9]
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