Muitas destas iniciativas industriais são de imigrantes como Francisco Matarazzo, José Pereira Ignacio, Ernesto Diederichsen, Egydio Gamba, os irmãos Puglini Carbone, os Jaffet, Rodolfo Crespi[1] (na figura Tecelagem Regoli Crespi em São Paulo em foto de 1897), os Hermann Hering[2], Jorge Street e Nicolau Scarpa em tecelagens, Abramo Eberle em funilaria[3], os Klabin em papel, Otto e Alfreid Weiszflog em papel (Melhoramentos)[4], a ponto de Francisco Matarazzo afirmar: “O Brasil é filho de Portugal, mas São Paulo é filha da Itália”. Warren Dean mostra que esses pioneiros estrangeiros eram em sua grande maioria vindos de família de classe média e tinham instrução técnica ou experiência no comércio ou manufatura antes de virem ao Brasil. Algumas poucas exceções haviam ascendido como operários de fábricas e mascates como Dante Ramenzoni fabricante de chapéus e Nicolau Scarpa dono de moinhos e fábricas de tecidos. Para Warren Dean há uma forte correlação entre o comércio exterior, sobretudo o de importação, e a origem da industrialização, em especial por parte da chamada “burguesia imigrante” de modo que o café, principal produto da pauta do comércio exportador tinha um papel importante na capitalização destas atividades industriais pioneiras. Esta tese se opõe a de Roberto Simonsen que entendia haver um grande obstáculo da produção cafeeira à industrialização ou a Jacob Gorender que entendia estar no artesanato local a matriz dos primeiros empreendimentos industriais.[5]
[1] DEAN, Warren. A
industrialização durante a República Velha. In: In: FAUSTO, Boris. O Brasil
Republicano, tomo III, v. I Estrutura de poder e economia (1889-1930), São
Paulo:Difel, 1977, p.270
[2] Nosso Século 1910-1930,
v.1, São Paulo:Abril Cultural, p.98; NOVAIS, Fernando. História da vida privada
no Brasil , v.2, São Paulo:Companhia das Letras, 2019. Edição do Kindle, p.282
[3] Nosso Século 1910-1930,
v.2, São Paulo:Abril Cultural, p.14;
https://pt.wikipedia.org/wiki/Abramo_Eberle
[4] LUCA, Tania Regina.
Indústria e trabalho na história do Brasil, São Paulo: Contexto, 2001, p. 22
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