As mensagens incas eram transmitidas por mensageiros, que caminhavam por estradas pavimentadas em pedra que uniam o império inca por quilômetros sendo intercaladas por postos regulares, os tambos / tampus, onde podiam descansar e fazer refeições, unindo a cidade atual de Santiago no Chile com Nazca, Cusco e Quito no Equador.[1] Tais correios se conheciam de longe pelo uso de penachos brancos na cabeça sendo capaz de transmitir uma mensagem por 240 quilômetros em um dia.[2] Juan Polo de Ondegardo afirma que as mensagens percorriam os mil e seiscentos quilômetros entre Cusco e Quito em dez dias. Louis Baudin se refere a uma mensagem de Quito a Cusco levar em torno de seis dias[3]. Pedro Gutierrez se refere a improváveis cinco dias. Henri Favre relata que uma mensagem da parte setentrional do império inca poderia cobrir dois mil quilômetros chegando a Cusco em menos de uma semana[4]. Bernardo Cobo se refere a três dias para transmitir uma mensagem de Cusco a Lima em um caminho particularmente difícil ao longo de mais de setecentos quilômetros. Os mensageiros do serviço postal incaico eram denominados chasqui, criado por Pachacutec. Pequenas casas de nome chucla eram construídas a cada três quilômetros para fazer a passagem da informação de um chasqui a outro por via oral de modo que a mensagem era transmitida de um lado a outra sem perda de tempo. Pedro Cieza de León destaca a segurança e inviolabilidade dos chasquis.[5] Os incas podiam transmitir por caravanas de lhamas uma mensagem por toda a extensão do império em duas semanas.[6] Segundo Alexandre von Humboldt: “a estrada que estende-se até Cusco é totalmente calçada com pedras lapidadas, é inteiramente reta e assemelha-se ás mais belas estradas romanas”[7]. Cieza de León em descrição feita apenas trinta anos após a Conquista espanhola se refere a grandes ruas incas feitas todas de pedra habilidade acopladas[8]. Entre os astecas Hernan Cortes registra uma estrada em 1519 que ligava Veracruz a Tenochtitlan.[9] Cieza de León se as estradas incas “tão célebres como a que Aníbal mandou construir nos Alpes, a fim de penetrar na Itália”.[10]
[1] TIME LIFE BOOKS, Incas: Lords of gold and glory. Alexandria, 1992, p.67,
96; READERS'S DIGEST. Da idade do ferro à idade das trevas: de 1200 a.c. a 1000
d.c, Rio de Janeiro, 2010, p.103; COE, Michael. Antigas Américas, mosaico de
culturas, v. II Madrid:Ed. Del Prado, 1996, p. 201; SORIANO, Waldemar. Los
incas: economia sociedade y estado em la era del Tahuantinsuyo, Peru:Amaru
Editores, 1997, p. 396
[2] BAUDIN, Louis. A vida
quotidiana dos últimos incas, Lisboa:Ed. Livros do Brasil, p. 260; PHILLIPS,
Ellen, Viagens de descobrimento 1400-1500, Rio de Janeiro:Time Life, 1991,
p.166
[3] BAUDIN, Louis. El
império socialista de los incas, Santiago Chile:Ediciones Rodas, 1973, p.386
[4] FAVRE, Henri. A
civilização inca, Rio de Janeiro: Zahar, 1987, p.46
[5] VALLA, Jean Claude. A civilização dos incas, Rio de Janeiro: Otto Pierre, 1978,
p. 212
[6] MEGGERS, Betty. América
pré histórica. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p. 118
[7] WENDT, Herbert. Tudo
começou em Babel, São Paulo:Difusão, 1962, p. 212
[8] MEGGERS, Betty. América
pré histórica. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p. 123
[9] Guia dos segredos do
império: o povo asteca, Barueri:On Line, 2016, p. 51
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