O inglês Henry Koster em visita aos engenhos de açúcar de Pernambuco do século XIX observa a ausência do rigor de métodos científicos para realização das tarefas que possam contribuir com ganhos de produtividade ao relatar que no Brasil tudo “é feito no olho”.[1] Para Henry Koster que escreve em 1812 os plantadores trabalhavam “ano após ano sem qualquer desejo de progredir e sem, na verdade, saber quer qualquer progresso era possível [...] A agricultura no Brasil, durante muitos anos até bem pouco tempo jamais foi objeto de melhorias, e inclusive hoje é muito menos lentamente que inovações estão sendo introduzidas. È totalmente inútil esperar uma rápida mudança de hábitos entre homens que nem mesmo tenham ouvido que existiam outros produtores agrícolas além deles; que ficam perplexos ao saber que o Brasil não é o único produtor de açúcar; que não sabem ou que, pelo menos, até bem pouco tempo não sabiam que haviam outras nações além da sua; que imaginavam que Portugal possuía tudo o que fosse digno de ser possuído nesse mundo; na verdade cuja ignorância era extrema. A maioria dos proprietários de terras do interior, e mesmo a maioria dos próximos à costa que vivem exclusivamente de suas propriedades, se encontrava, e ainda se encontra, naquele nível de informação. Continuam, ano após ano com um sistema que foi seguido por seus pais, sem qualquer desejo de melhorá-lo, e, na verdade, sem o conhecimento de que qualquer melhoria possa ser empreendida”. [2]
[1] SCHWARTZ, Stuart.
Segredos internos: engenhos e escravos na sociedade colonial. São Paulo: Cia
das Letras, 1988, p. 105
[2] EISENBERG, Peter.
Modernização sem mudança: a indústria açucareira em Pernambuco 1840-1910. São
Paulo: Unicamp, 1977, p.65; GARCIA, Fernando Cacciatore. Como escrever a
história do Brasil, Porto Alegre: Sulina, 2014, p. 428; KOSTER, Henry. Travels in Brazil, Londond: Hust, rees, 1817 v.2, p.123 https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/7190
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