sábado, 14 de agosto de 2021

Cerâmica negra grega

 

O período de 700 a 610 a.c. na cerâmica grega é conhecido com período orientalizante reflexo dos contatos comerciais e culturais com o Oriente mediterrâneo, anatólio e mesopotâmico[1]. Vasos de Rhodes e Corinto mostram esta influência orientaliizante policromada[2]. De 650 a 550 a.c. a cerâmica de Corinto é exportada em grandes quantidades para toda a Grécia, o que evidencia um alto grau de concentração industrial[3], porém já a partir de 560 a.c. os atenienses já colocam suas próprias marcas de Ergótimos e Clítias, de Nicostenes, de Exéquias, de Androquides conquistando os mercados do Chipre, Egito, Etrúria e o Ponto Euxino e levando ao declínio de Corinto[4]. Entre as técnicas desenvolvidas entre os ceramistas de Corinto destaca-se a incisão em que o artista com uma ponta seca fazia sulcos de verniz negro nas figuras de tal modo que conseguir um traço fino e escavado, em que reaparecia a cor natural da argila[5]. Nesta técnica as figuras são delineadas em silhueta com detalhes finamente gravados e com uso discreto do vermelho púrpura e ocasionalmente amarelo.[6] Por volta de 550 a.c. os artesãos atenienses de cerâmica haviam conquistado o mercado internacional substituindo as cerâmicas de Corinto e Esparta[7]. Os vasos gregos atenienses são encontrados no Egito, Itália, Sicília, sul da França e Espanha, e até mesmo na capital do império persa[8]. Os romanos sob comando de Lucio Acaico saquearam em 146 a.c. incendiaram a cidade de Corinto.[9] A colônia grega de Naucratis no delta do Nilo no Egito constitui um importante centro de trocas comerciais do Egito com o Mediterrâneo.[10]



[1]DURANDO, Furio. A Grécia antiga, Barcelona:Folio, 2005, p.94; História da Grécia Antiga #4 com Donald Kagan, de Yale, 44:00 https://www.youtube.com/watch?v=3D302A0dpfM

[2] DUNAN, Marcel; BOWLE, John. Larousse encyclopedia of ancient & medieval history, Paris:Larousse, 1963, p.98

[3] DERRY, T.; WILLIAMS, Trevor. Historia de la tecnologia: desde la antiguidade hasta 1750, Mexico:Siglo Vintuno, 1981, p.115

[4] GLOTZ, Gustavo. História Econômica da Grécia, Lisboa:Cosmos, 1973, p. 132

[5] JARDÉ, A. A Grécia antiga e a vida grega, São Paulo:Epusp, 1977, p.121

[6] JONES, Lloyd H. O mundo grego, Rio de Janeiro: Zahar, 1965, p. 167

[7] TOYNBEE, Arnold. A humanidade e a mãe terra, Rio de Janeiro:Zahar, 1976, p.226

[8] ROSTOVTZEFF, M. História da Grécia. Rio de Janeiro:Zahar, 1983, p.211

[9] BEARD, Mary. SPQR: uma história da Roma Antiga, São Paulo: Planeta, 2010, p. 207

[10] GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2020, p.69



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