Para Aristóteles a forma de um objeto é o que dá sentido a este objeto, tal sentido é a finalidade, telos do objeto, sempre há um porquê para as coisas serem do jeito que são[1]. Para Aristótoteles é um todo ordenado onde cada coisa tem seu lugar natural e finalidade específica. Tal como o corpo humano, para que o intestino funciona o corpo humano tem que funcionar adequadamente, todos as coisas estão relacionadas, de modo que todos os corpos do universo são maravilhosamente adaptados às suas finalidades. As finalidades das coisas são causa das coisas serem como elas são, pois esta é a forma mais adequada para se atingir tal finalidade[2]. Para se conhecer a coisa é preciso se conhecer sua finalidade. Segundo Rodolfo Mondolfo: “A concepção aristotélica da natureza é dominada pelo princípio da finalidade, para a qual todo ser tem um tipo modelo, cada fato uma lei e todo o cosmos a sua ordem”[3]. Pela teleologia avalia-se uma coisa não por suas causas mecânicas, mas enquanto estão dispostas para realização de um determinado fim. Para Aristóteles a definição da coisa contém sua finalidade. A coisa adquire assim, é plasmada, adquirida forma que lhe dá sentido e finalidade. Aristóteles confere assim as ideias a capacidade produtiva de serem trazidas ao mundo sensível pelas formas dos objetos. Segundo Garcia Morente: “Nessas ideias está para Aristóteles o germe, o princípio informativo, criador, produtivo, da realidade de cada coisa [...] cada coisa é aquilo que é porque foi feita inteligentemente [..] do mesmo modo como o escultor faz a estátua, como o marceneiro faz a mesa [...] O universo, para Aristóteles, é uma magnífica coleção sistemática de substâncias, ordenadamente classificadas como na história natural”.[4]
[1] MONDOLFO, Rodolfo. O
pensamento antigo: desde Aristóteles até os neoplatônicos, São Paulo: Mestre
Jou, 1973, p. 35
[2] BARROS, Clovis. Deus (palestra completa e corrigida), https://www.youtube.com/watch?v=XUY4FHj69WU&t=1379s
[3] MONDOLFO, Rodolfo. O
pensamento antigo: desde Aristóteles até os neoplatônicos, São Paulo: Mestre
Jou, 1973, p. 258
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