terça-feira, 13 de julho de 2021

Taxa de Alforrias no Brasil escravista era próxima de 1%

 

Na especialização que havia nos engenhos os escravos mais valorizados eram os que trabalhavam na purga, mestres de açúcar, supervisores, carpinteiros, ferreiros e ferramenteiros.[1] Stuart Schwartz mostra que o treinamento em ocupações especializadas na indústria de açúcar ou em ofícios como carpintaria, caldeireiro, calafates, carreiros, tacheiros, marinheiros, lenhadores, ferreiros, marceneiros, entre outros[2] permitia o escravo juntar um pecúlio, que poderia usar para compra de sua alforria o que servia como instrumento para adquirir maior produtividade, embora os dados disponíveis indiquem que o número de alforriados sempre foi muito baixo, inferior a 1% [3] e ainda assim o escravo alforriado corria o risco de ser reescravizado.[4] Por volta de 1780 havia no Brasil cerca de 400 mil negros libertos o que correspondia a cerca de um quarto de toda a população escrava. O forro Antonio Alves Guimarães deixou patrimônio avaliado em 412 mil reis[5]. Jorge Caldeira cita a taxa brasileira de alforriados de 5% a meio caminho entre Cuba com 13% e Estados Unidos com 1%.[6]

[1] GOMES, Laurentino. Escravidão, v.I, São Paulo: Globo, 2019. p.326

[2] CALDEIRA, Jorge. A nação mercantilista, São Paulo:Ed. 34, 1999, p. 77

[3] GOMES, Laurentino. Escravidão v. II, Rio de Janeiro:GloboLivros, 2021, p. 19

[4] SCHWARTZ, Stuart. Segredos internos: engenhos e escravos na sociedade colonial. São Paulo: Cia das Letras, 1988, p. 275

[5] PRIORE, Mary del. Histórias da gente brasileira, v.1 Colônia.Rio de Janeiro:Leya, 2016, p. 103

[6] CALDEIRA, Jorge. História do Brasil com empreendedores, São Paulo:Mameluco, 2009, p.229



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