Na especialização que havia nos engenhos os escravos
mais valorizados eram os que trabalhavam na purga, mestres de açúcar,
supervisores, carpinteiros, ferreiros e ferramenteiros.[1] Stuart
Schwartz mostra que o treinamento em ocupações especializadas na indústria de
açúcar ou em ofícios como carpintaria, caldeireiro, calafates, carreiros,
tacheiros, marinheiros, lenhadores, ferreiros, marceneiros, entre outros[2] permitia
o escravo juntar um pecúlio, que poderia usar para compra de sua alforria o que
servia como instrumento para adquirir maior produtividade, embora os dados
disponíveis indiquem que o número de alforriados sempre foi muito baixo,
inferior a 1% [3] e
ainda assim o escravo alforriado corria o risco de ser reescravizado.[4] Por volta
de 1780 havia no Brasil cerca de 400 mil negros libertos o que correspondia a
cerca de um quarto de toda a população escrava. O forro Antonio Alves Guimarães
deixou patrimônio avaliado em 412 mil reis[5]. Jorge
Caldeira cita a taxa brasileira de alforriados de 5% a meio caminho entre Cuba
com 13% e Estados Unidos com 1%.[6]
[1] GOMES, Laurentino.
Escravidão, v.I, São Paulo: Globo, 2019. p.326
[2] CALDEIRA, Jorge. A
nação mercantilista, São Paulo:Ed. 34, 1999, p. 77
[3] GOMES, Laurentino. Escravidão v. II, Rio de Janeiro:GloboLivros, 2021, p. 19
[4] SCHWARTZ, Stuart.
Segredos internos: engenhos e escravos na sociedade colonial. São Paulo: Cia
das Letras, 1988, p. 275
[5] PRIORE, Mary del.
Histórias da gente brasileira, v.1 Colônia.Rio de Janeiro:Leya, 2016, p. 103
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