Entre os escravos artesãos são mencionados os
especializados em carapina, ferreiro, calafate e faleiro.[1] Carapinas
trabalham com a seleção e corte de madeira nos matos e no seu desbaste mais
grosseiro para que possam ser trabalhadas pelos carpinteiros[2]. Nos
ofícios artesanais eram encontrados indivíduos livres, libertos e cativos,
sejam brancos, pardos ou negros, sendo no século XVII crescente a participação
de negros e mulatos livres como artesãos[3], o que
revela o trabalho como meio de ascensão social: “o status ocupacional proporcionava aos que não eram brancos um meio de
ascender socialmente, além de remunerações muito superiores ás que poderiam
esperar receber como trabalhadores sem especialização; ainda assim , as
graduações de raça e cor e os preconceitos a ela associados não eram totalmente
ignorados”.[4] Em Reflexões sobre a capitania de Minas Gerais de 1818 Antonio da Costa
Rocha ao falar dos pardos os descreve como ocupando lugares de pouca honra e de
pouco interesse “os oficiais mecânicos se encontra entre eles, pois que os
branco abandonaram aqueles ofícios”.[5] Spix e
Martius assinalam que conheceram no Rio de Janeiro “entre os naturais, são
os mulatos que manifestaram maior capacidade e diligência para as artes
mecânicas; até se nota entre eles extraordinário talento para a pintura”.[6] Gilberto
Freyre ao examinar os jornais da capital no século XIX sobre anúncios de
escravos fugidos registra as principais ocupações: entre os homens: catraeiro,
lenhador, talhador de carne, carreiro, sapateiro, padeiro, pescador, sangrador,
cozinheiro, cambiteiro, alfaiate, caiador, carpina, marceneiro, pajem. Entre as
mulheres: engomadeira, lavadeira, costureira, doceira, ama-de-leite,
marisqueira, enfermeira, mucama[7].
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