João Lúcio de Azevedo
em uma sindicância realizada apurou que nos treze primeiros anos do século
dezoito a produção era de cem arrobas de ouro por ano, o que correspondia a
vinte arrobas de imposto anualmente, logo a soma no período deveria chegar a
260 arrobas, no entanto, o que se observara era que foi arrecadado apenas quatorze
arrobas, ou seja, de um total de produção de 1300 arrobas (1 arroba = 15
quilos) do período foram arrecadados em impostos apenas a centésima parte e não a
quinta parte.[1] Antonil
estimava em mais 300 arrobas a produção total de ouro anual em 1709 incluindo
os descaminhos[2]. Martinho
de Mendonça estima que o número pudesse superar as mil arrobas, tem-se assim
que o cálculo dos quintos era calculada sobre um produção em muito subestimada[3]. Jaime Cortesão avalia que D. João V recebia um oitavo e não um quinto da
produção total em impostos. Estima-se que de 1700 a 1799 foram extraídas 857
toneladas de ouro, ou seja, 8570 quilos por ano, o que corresponde a
aproximadamente 571 arrobas por ano. Laurentino Gomes com base nos cálculos de
Pandiá Calógeras, Noya Pinto e Roberto Simonsen consolidados por Lucas
Figueiredo estima entre 800 e mil toneladas no mesmo período sendo que outras
150 toneladas teriam sido contrabandeadas.[4] No mundo as estimativas no mesmo período são de 1400 a 1600 toneladas, de modo
que o Brasil teria contribuído cerca de metade da reserva mundial de ouro da
época. [5]
[1] CORTESÃO, Jaime.
Alexandre Gusmão e o Tratado de Madrid, v.I, São Paulo: Funag, 2006, p.53, 149
[2] CORTESÃO, Jaime.
Alexandre Gusmão e o Tratado de Madrid, v.I, São Paulo: Funag, 2006, p.149
[3] CORTESÃO, Jaime.
Alexandre Gusmão e o Tratado de Madrid, v.I, São Paulo: Funag, 2006, p.54, 58,
61
[4] GOMES, Laurentino. Escravidão v. II, Rio de Janeiro:GloboLivros, 2021, p. 43
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