A idade da pedra talhada (paleolítico – velha pedra) foi sucedida pela idade da pedra polida (neolítico – nova pedra, termo cunhado por John Lubbock em 1865 no livro Prehistoric Times[1]) que marca a invenção da agricultura, criação de animais e cerâmica.[2] J. Sutton argumenta que a periodização em “idade da pedra” tendo em vista o desenvolvimento tecnológico do homem continua válido, uma vez que os vestígios em pedra são o que restou dessa época[3]. Para Richard Leakey as comunidades sedentárias de cultivo promoveram uma dramática alteração no relacionamento entre os indivíduos, até então organizados em uma sociedade de caçadores-colhedores. Com o sedentarismo houve a possibilidade de se acumular bens e desta forma a necessidade em se proteger tais bens, sendo esta a origem para o conflito humano. As terras precisam ser defendidas e os bens acumulados[4] Stuart Piggott observa que a interpretação tecnológica evolucionista apresentada em 1836 por Christian Thomsen de idade três idades a da pedra, bronze e ferro tem sido complementada após a década de 1940 por outras baseadas na economia de subsistência das comunidades pré históricas, especialmente após os trabalhos do marxista Gordon Childe. Na África, por exemplo, não existiu uma Idade do Bronze mas uma transição direta da Idade da Pedra para a Idade do Ferro.[5] Ademais o ferro a rigor não substituiu a madeira ou a pedra. O fato dos primeiros artefatos encontrados serem de pedra não significa que outros materiais possam ter sido usados e não sobrevivido ao registro arqueológico como a medira e o osso. Em 2012, a descoberta em Lomekwi na região do lago Turkana, no Quênia, de ferramentas líticas em datadas de 3,3 milhões de anos é claramente anterior ao aparecimento do gênero Homo. Embora o homo habilis tenha sido assim designado por sua habilidade na construção de ferramentas, é possível que o australopithecus também tivesse tais habilidades. Os esquemas tecnológicos e os baseados em modelos econômicos se complementam segundo Stuart Piggott.[6]
[1] STEVERS, Martin. A
inteligência através dos séculos. São Paulo:Globo, 1946, p.142
[2] SENET, André. O homem
descobre seus antepassados, Belo Horizonte:Itatiaia, 1964, p.36
[3] KI-ZERBO, Joseph,
História geral da África, I: Metodologia e pré-história da África, Brasília :
UNESCO, 2010, p.513
[4] LEAKEY, Richard. Origens, Brasília:UNB, 1980, p. 11, 177
[5] https://ensinarhistoria.com.br/as-10-ideias-erradas-sobre-a-pre-historia/
- Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues
Nenhum comentário:
Postar um comentário