Segundo John
Hale: “a influência do passado foi fortalecida pelo fato de que o
Renascimento não tinha concepção do progresso evolucionista. Os homens não
acreditavam como acreditam os homens modernos (com receios) que uma sociedade
pode melhorar decididamente inventando novas formas de explorar recursos
naturais e de organizar economias e governos. Seu impulso era para redescobrir,
não para inventar. Procuraram melhorar as condições humanas não buscando
avanças nas fronteiras do conhecimento, mas esmiuçando os reservatórios do
passado. O renascimento achava que os antigos haviam feito tudo da melhor maneira
possível. Mudanças eram viáveis, na verdade, cada nova geração de pintores era
louvada porque era “mais moderna”. Mas, “mais moderna” para o Renascimento, na
realidade queria dizer mais próxima dos preceitos estabelecidos pela antiga
Roma”.[1] No
entanto, o Renascimento marca um processo de revisão das cópias dos textos
antigos clássicos buscando-se eliminar erros acumulados pelos copistas ao longo
do tempo. Este processo não se limita a detecção de erros de transcrições, mas
logo avança para uma crítica dos textos antigos. Nicolau Leoniceno (1428-1524)
no livro “Sobre os erros de Plínio e de
muitos outros em medicina” é considerado um dos pioneiros deste processo.[2] Peter
Burke mostra que um dos traços do movimento humanista era a imitação dos
grandes escritores e artistas: “apesar de
sermos levados a pensar que esse período foi uma era de inovação e
originalidade, os próprios artistas e escritores enfatizavam a sua imitação dos
melhores modelos antigos; o Panteão, Lacoonte, Cícero, Virgílio, Tito Lívio e
assim por diante”.[3] A
proposta era de se basear no modelo clássico e assimilar seu conteúdo. Poggio
Bracciolini descobriu um texto não deturpado de Instituições de
Quintiliano de grande repercussão.
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