No Renascimento os limites da ciência e do conhecimento esotérico não estavam bem delimitados, na verdade ambos estavam umbricados um ao outro. Giambattista della Porta por exemplo escreveu em 1558 sua obra Magia naturalis ampliada numa segunda edição em 1589 onde afirma: “a magia nada mais é do que o levantamento de todo o processo da natureza”. Para Giambattista della Porta aquilo que parece ser magia quando se desconhece as causas do fenômeno, logo em segunda se torna ciência vulgar, pois as obras de magia são apenas obras da natureza pois em caso algum a operação mágica ultrapassa os limites das causas naturais[1]. Esta concepção de magia se aproxima a de Agrippa: “na verdade nós entendemos a magia da seguinte maneira: como sendo uma ciência capaz de extrair do conhecimento das formas escondidas obras admiráveis e que conjugando – como se costuma dizer - as coisas passivas com as ativas, torna manifestas as grandes obras da natureza (magnalia naturae)”[2]. O texto Magia naturalis, um tratado sistemático sobre as lentes[3], trata da combinação de vidro côncavos e convexos o que poderia ser uma evidência de que o autor tinha fabricado algum tipo de telescópio além e descrever experiências com magnetismo, metalurgia, pneumática, entre outros temas. [4] Leonardo da Vinci já idealizara “lentes para ver a lua aumentada” com a qual pode desenhar a lua durante um eclipse.[5]
[1] ROSSI, Paolo. Francis
Bacon: da magia à ciência. Curitiba:Ed. UFPR, 2006, p.115
[2] ROSSI, Paolo. Francis
Bacon: da magia à ciência. Curitiba:Ed. UFPR, 2006, p.118
[3] TATON, René. A ciência
moderna: o século XVII, tomo II, v.2, São Paulo:Difusão, 1960, p.115
[4] RONAN, Colin. História
Ilustrada da Ciência: Da Renascença à Revolução Científica. v.3, São
Paulo:Jorge Zahar, 2001, p.58
Nenhum comentário:
Postar um comentário