sábado, 12 de junho de 2021

Estradas no Brasil colonial

 

Em São Paulo, John Mawe admirava o notável esforço dos construtores de estradas e ao comentar sobre a calçada do Lorena uma estrada colonial na serra de Cubatão ente Santos e Jundiaí construída em 1792 destaca que mesmo na Europa raras obras públicas seriam superiores diante de uma construção em condições tão adversas[1]. A antiga trilha dos tupiniquins explorada por João ramalho transpondo a Serra de Cubatão será conhecida como Caminho do padre José em referência ao jesuíta José de Anchieta, ou Caminho do Mar, atualmente via Anchieta.[2] O suíço Louis Agassiz deixou em 1865 elogiosa impressão sobre a estrada União e Indústria que liga Petrópolis a Juiz de Fora: “Essa estrada é célebre, tanto por sua beleza como pela sua perfeição [...] Se, como se pretende, o progresso só marcha no Brasil com extrema lentidão, deve-se reconhecer que os brasileiros levam à perfeição as coisas que empreendem”.[3] Os engenheiros norte americanos da Brazil Railway ao encamparem a estrada Paranaguá Curitiba construída em 1872, segundo Ewaldo Kruguer: “só tiveram elogios a fazer sobre o traçado e a construção da linha da serra”[4]

[1] HOLANDA, Sérgio Buarque. História Geral da Civilização Brasileira, O Brasil monárquico: dispersão e unidade, tomo II, volume 2, São Paulo:Difel, 1964, p. 423; TELLES, Pedro Carlos da Silva. História da Engenharia no Brasil: séculos XVI a XIX, Rio de Janeiro:Clube de Engenharia, 1994, p.54, 55

[2] VIANNA, Helio. História do Brasil, primeira parte, período colonial. São Paulo: Melhoramentos, 1972, p.375

[3] TELLES, Pedro Carlos da Silva. História da Engenharia no Brasil: séculos XVI a XIX, Rio de Janeiro:Clube de Engenharia, 1994, p.218; HOLANDA, Sérgio Buarque. O Brasil monárquico: declínio e queda do império, t.II, v.4, São Paulo:Difusão, 1971, p.46

[4] TELLES, Pedro Carlos da Silva. História da Engenharia no Brasil: séculos XVI a XIX, Rio de Janeiro:Clube de Engenharia, 1994, p.421



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