Em 1746 padre José Veloso, Reitor do Colégio das Artes de Coimbra, proíbe o ensino da ciência dos modernos e a “novas ideias, pouco aceitáveis ou inúteis para o estudo das altas ciências, com as de Descartes, Gassendi, Newton e outros” além de banir “qualquer conclusão que se oponha ao sistema de Aristóteles”, A reação do reitor revela que já havia tentativas de quebra desse obscurantismo. [1] Por sua vez Domingos Maurício Gomes dos Santos, João Pereira Gomes e Antônio Alberto Banha de Andrade argumentam que os jesuítas não apenas teriam sido conhecedores das teorias dos modernos (Copérnico, Descartes, Galileu, Gassendi e Newton), como até mesmo teriam lecionado largamente tais teorias em suas aulas, sendo exemplos de jesuítas anti escolásticos e com interesse na nova ciência dos padres Inácio Monteiro (1724-1812) e Teodoro de Almeida (1722-1804).[2] Jaime Cortesão conclui: “o conhecimento da ciência da natureza pelo método matemático e experimental, que tão grandes passos dera na Inglaterra, na França, na Holanda, na Itália e na Alemanha constituía letra morta no país. Aristóteles e os áridos métodos escolásticos continuavam a imperar no ensino, quase exclusivamente entregues aos jesuítas”.[3]
[1] PAICE, Edward. A ira de Deus, São Paulo:Record, 2010, p.47
[2] MEDEIROS, Alexandre; MEDEIROS,
Cleide. As origens do ensino da física em Portugal no século XVIII, Acta
Scientiarum Maringá, v. 24, n. 6, p. 1697-1706, 2002
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