As duas maiores indústrias medievais foram a têxtil com centros em Flandres, Yres, Gand, Bruges, na Itália em Florença e Milão e na Inglaterra e a indústria de construção. Segundo Jean Gimpel: “na Europa, em todos os domínios, a Idade Média desenvolveu mais do que qualquer outra civilização o uso de máquinas”.[1] Em Bruges os mercadores reunidos formam a borse, borsa, bolsa, o embrião do que viria a se transformar a bolsa de valores. [2] O filatório ou torcitório com a forma de uma lanterna rotativa equipada com volantes foi inventada em Lucca e Bolonha no século XIV com a finalidade de enrolar o fio de seda.[3] No século XV, uma espionagem industrial do moinho bolonhês foi produzido por industriais da região do Piemonte onde a máquina ganhou melhorias tendo sido destaque na Encyclopédie de Diderot. Moinhos do século XIII em Bolonha era usados em máquinas de tear com rodas (spindle wheel)[4], como o moinho inventado por Borghesano em 1272.[5] Tais inventos eram cercados de segredo, embora um manuscrito florentino de 1487 faça referência a tais mecanismos, alcançando segundo Charles Singer uma “notável façanha de mecanização”. Montaigne observa em 1581 o uso de teares mecânicos em Florença operados com auxílios de maquinismos que permitem uma mulher torcer e operar quinhentos fusos, enquanto outros teares eram movidos por rodas hidráulicas.[6] O comércio de tecidos florentinos como sedas e panos era financiado pelos Medicis[7]. A seda e a lã contribuíram para tornar Florença uma das mais ricas cidades da Europa medieval e que levou as corporações de ofícios a tornarem-se elemento principal na política e na vida cívica da cidade.[8]
[1] JUNIOR, Hilário Franco.
A idade média nascimento do Ocidente. São Paulo:Brasiliense, 1986, p. 53
[2] CAMERON, Rondo. A
concise economic history of the world, New York:Oxford University Press, 1998,
p.128
[3] ELVIN, Mark. A China como contrafatual. In: BAECHLER, Jean. Europa e ascenção do
capitalismo, Rio de Janeiro: Imago, 1989, p. 119
[4] SINGER, Charles; HOLMYARD, E. A history of technology, v.II, Oxford,
1956, p.205
[5] USHER, Abbott. Uma
história das invenções mecânicas, Campinas:Papirus, 1993, p. 362
[6] DELUMEAU, Jean. A
civilização do Renascimento, Lisboa:Estampa, 1984, v.I, p.173
[7] DELUMEAU, Jean. A
civilização do Renascimento, Lisboa:Estampa, 1984, v.I, p.225
Nenhum comentário:
Postar um comentário