domingo, 9 de maio de 2021

Os primeiros telefones no Brasil

 

Os primeiros aparelhos ligavam o paço de São Cristóvão à Fazenda Imperial de Santa Cruz. Em 29 de novembro de 1877, foi inaugurada a primeira estação telefônica do país, no Rio de Janeiro. E, dois anos depois, foi publicado o Decreto nº 7.539, de 15 de novembro de 1879, que “Concede a Charles Paul Mac Kie permissão para construir e explorar linhas telephonicas nesta capital e seus subúrbios e na cidade de Nictheroy”.[1] Em 1878 o comerciante Antonio Ribeiro Chaves em sua loja Ao rei dos mágicos, vende os primeiros aparelhos de telefone[2]. O decreto n° 77461 de 6 de setembro de 1879 concede a Frederico Allen Grower o privilégio por dez anos de introduzir o “telefono chronometro” de sua invenção no Império.[3] Em 1880 foi criada nos Estados Unidos a Telephone Company of Brazil primeira empresa a explorar comercialmente o serviço telefônico no Brasil. No Brasil a revista “O vulgarizador” publicou artigos sobre a exposição de 1876 em que destaca a apresentação de Graham Bell para um público composto em sua maioria de mulheres. Em seu jornal O Protesto, José Alencar afirmava em tom crítico que a frase proferida pelo imperador na ‘máquina que fala’ foi “To be or not to be”. Números subsequentes de O Vulgarizador mostram como o telefone causou espanto na Exposição Industrial Fluminense, uma vez que as “maravilhosas experiências” mostraram-no “indispensável auxiliar em quase todas as circunstâncias da vida doméstica e social”. Em 1884 são instalados os primeiros telefones em São Paulo. Em 1895  já haviam 690 instalados sendo possível estabelecer comunicação com Santos.[4]



[1] http://www.anatel.gov.br/hotsites/coletanea_normas/TextoIntegral/NOR%5Cdec%5C18791115_7539.pdf http://legis.senado.gov.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=65247&norma=81156

[2] TELLES, Pedro Carlos da Silva. História da Engenharia no Brasil: séculos XVI a XIX, Rio de Janeiro:Clube de Engenharia, 1994, p.561

[3] IACHAN, Ana Christina Saraiva. O estabelecimento das comunicações por fio no Brasil. Livro de Anais do Programa de pós graduação em História das Ciências e das técnicas e Epistemologia HCTE, Scientiarum Historia II, Encontro luso-brasileiro de História das Ciências, 2009, p.615-621

[4] TOLEDO, Roberto Pompeu de. A capital da solidão, Rio de Janeiro: Objetiva, 2012, p. 459



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