O não reconhecimento de patentes impediu que Santos Dumont auferisse rendimentos de suas invenções. O Demoiselle foi vendido por toda a Europa, sob sua autorização, pelo fabricante de automóveis Clement Bayard [1]. O motor também foi produzido por outros dois fabricantes de automóveis a Dutheil & Chalmers e a Darracq. Os dirigentes da Darracq pensaram logo em patentear o referido motor, visando a futuros lucros comerciais, porém Santos Dumont, processou a empresa pois sua proposta era o de permitir a máxima difusão do projeto popularizando o uso do avião tal qual Henry Ford fizera com o automóvel ao produzir o modelo T a baixo custo, muito embora Henry Ford tenha recebido diversas patentes como a US747909 de 1903. Em 1916 foram vendidos 730 mil automóveis modelo T ao custo de $360 unidade, ao passo que em 1924 a produção chegou a 2 milhões de automóveis ao custo de $290 a unidade [2]. Ao final do litígio Santos Dumont conseguiu impedir a concessão de patente para o motor Darracq utilizado no Demoiselle [3]. Uma companhia de Chicago vendeu o modelo nos Estados Unidos. O projeto do aparelho foi divulgado na Revista Popular Mechanics de junho e julho de 1911, e com isso o aeroplano foi reproduzido em diversos locais. A revista “A Ilustração” de 12 de fevereiro de 1910, mostrava um anúncio de fabricantes de aviões. “Um ‘Blériot nº 11’ custava 12.000 francos; um ‘Antoinette’, 25.000 francos; um biplano ‘Voisin’, sem motor, 12.000 francos; um ‘Farman’, 13.000 francos. Os motores tinham mais ou menos preço idêntico. O ‘Demoiselle” era o mais barato. Um, sem motor, 2.000 francos; com motor de 30 cavalos, 9.000 francos; com motor leve, 5.000 francos”.[4]
[1]HOFFMAN, Paul. Asas
da Loucura: a extraordinária vida de Santos Dumont, Rio de Janeiro:
Objetiva, 2010. p. 299
[2] McCLELLAN III, James; DORN, Harold. Science and technology on world
history: an introduction. The
Johns Hopkins University Press, 1999, p.338
[3]COSTA, Fernando Hippólito da. Alberto
Santos Dumont: o pai da aviação. Rio de Janeiro: Adler, Brasília: Banco do
Brasil, 2006, p. 62
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