Um exemplo do
resgate do conhecimento clássico se observa com a sensação provocada pela
recuperação da escultura Laocoonte citada por Plínio em História Natural XXXVI,37
e redescoberta por Felice de Fredi em 1506 quando fazia obras de manutenção em
sua vinha em Roma[1] e logo adquirida pelo papa Julio II que o colocou nos jardins do palácio
Belvedere.[2] A
escultura e sua estética helenística foi uma das influências principais nos
trabalhos de Michelângelo. Laocoonte era um sacerdote de Apolo, mas, contra a
vontade de Apolo, se casou e teve dois filhos, Antífantes e Timbreu. Segundo a
lenda descrita na Eneida de Virgilio, quando Laocoonte estava fazendo um
sacrifício a Netuno, Apolo (algumas versões se refere a Atena e Poseidon) enviou
duas serpentes de Tênedos, que mataram o sacerdote e seus dois filhos, uma vez
que Laocoonte, o sacerdote de Netuno, havia atirado uma lança contra o cavalo de
madeira enviado de presente pelos gregos, aconselhando aos troianos a queimar o
cavalo de madeira enviado se colocando assim contra o plano original dos gregos.
Subitamente Lacoonte havia sido acometido de cegueira.[3] Serpentes
surgiram do mar e se enroscaram em torno dos filhos de Laocoonte, sendo
estranguladas junto com o pai. Os troianos interpretaram o evento como um
castigo dos deuses sobre Laocoonte por este ter atirado uma lança no cavalo de
madeira. Então, eles prontamente decidiram transportar o cavalo para a cidade.
O episódio narra como somos às vezes derrotados ou até mesmo causamos dano a
outrem por uma desnecessária ou indevida “boa intenção”.
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