Nos festivais religiosos no Egito eram usados artifícios
mecânicos de modo que as estátuas dos deuses pudessem fazer movimentos tais com
virar os olhos ou movimentar as mãos e os pés.[1] Athanasius Kircher se refere a alguns destes engenhos mecânicos dos egípcios[2]. O
Louvre guarda exemplo de uma estátua falante, uma cabeça de chacal cuja
mandíbula inferior era móvel em que através de um barbante podia-se fechar sua
boca.[3] Nas
margens do Nilo existe duas estátuas colossais do faraó Amenófis III da XVIII dinastia,
de dezoito metros feitas de quartzito, a qual os antigos afirmavam que, quando
o primeiro raio de sol nascente caía sobre a estátua, ouvia-se, partindo-se
dela, um som como o de uma harpa, ou o de uma cítara segundo Pausânias,
possivelmente o ruído provocado pelo escapamento do ar retido nas fendas das
rochas durante a noite e que evaporaria com os primeiros raios de sol. Segundo
Gardner Wilkinson o som pode ser provocado com uma pancada na medida em que a
estátua é oca, de modo a produzir um som metálico, podendo desta forma enganar
o visitante sobre os poderes da mesma. As duas estátuas colossais ficaram
conhecidas como colossos de Memnos na necrópole de Tebas assim denominada pelos
gregos no começo da era cristã, referindo-se a Memnom antigo rei de Etiópia que
segundo a mitologia em Homero recebeu a imortalidade de zeus chamando sua mãe
todas as manhãs.[4] Em 199 d.c. o imperador Septímio Severo mandou restaurar a estátua, as fendas
foram então cobertas e a estátua parou de cantar.
[1] JOHNSON, Paul. História
Ilustrada do Egito. Rio de Janeiro:Ediouro, 2002, p. 208
[2] YATES, Frances.
Giordano Bruno e a tradição hermética, São Paulo:Cultrix, 1995, p. 461, 464
[3] MONTET, Pierre. O Egito
no tempo de Ramsés: a vida cotidiana, Sâo Paulo:Cia das Letras, 1989, p.294
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