Para a construção das pirâmides era usado o cúbito real, de comprimento equivalente ao do cotovelo à ponta do dedo médio do faraó[1]. A padronização das medidas corporais levou a um sistema de proporções humanas, um canon elementar com base em medições antropométricas. O primeiro canon de proporção era baseado no cotovelo curto que é a distância entre o cotovelo e a ponta do dedo polegar, padronizado em 45 cm. [2]Tais proporções precisas foram seguidas da terceira dinastia em 2980 a 2900 a.c. a vigésima sexta dinastia 663 a 525 a.c.), de tal modo que o corpo de um dos faraós era desenhado sempre jovem, refletindo o conceito e imortalidade.[3] Paul Johnson observa que a grade canônica de 8 quadrados permaneceu inalterada por dois mil anos.[4] Flinders Petrie mostra que o mesmo cúbito real egípcio pode ser encontrado em mapa do palácio caldeu de Gudea.[5] Seshat (ou Sefekht) é a deusa das medidas, a consorte de Thoth e normalmente encontradas nas inscrições em que há a representação da fundação de um novo templo, está ligada ao processo criativo.[6] Henry Hodges observa que a fixação de padrões de medidas no Egito e Mesopotâmia ocorre antes da construção das pirâmides e zigurates, respectivamente[7]. O arquiteto francês Eugène Violet le Duc (1814-1880) afirma que os egípcios fixavam as proporções por meio de triângulos, uma dos quais o triângulo isósceles de base 4 e altura igual a 2 ½ tal qual a seção da pirâmide de Gizé. Outro triângulo era o retângulo 3, 4, 5.[8]
[1] HARRIS, J. O legado do
Egito, Rio de Janeiro:Imago, 1993, p.71; DEARY, Terry. Espantosos egípcios, São
Paulo:Melhoramentos, 2004, p. 127; JOHNSON, Paul. História Ilustrada do Egito.
Rio de Janeiro:Ediouro, 2002, p. 186
[2] STROUHAL, Eugen. A vida
no antigo Egito. Barcelona:Folio, 2007, p. 160
[3] BOORSTIN, Daniel. Os
criadores, Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 1995, p.203
[4] JOHNSON, Paul. História
Ilustrada do Egito. Rio de Janeiro:Ediouro, 2002, p. 295
[5] MASPERO, Gaston. History Of Egypt, Chaldæa, Syria, Babylonia, and
Assyria, v. 3, London:Grolier Society, 1896.
http://www.gutenberg.org/files/17323/17323-h/17323-h.htm
[6] WEST, John Anthony. The traveler’s key to ancient Egypt, New
York:Quest, 2012, p. 80
[7] HODGES, Henry. Technology in the ancient world, New York: Barnes &
Noble Books, 1970, p. 128
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