Raimundo Faoro observa que embora Pedro II tenha acudido Uruguaiana de espada e ponche estava muito longe de ser um chefe marcial, e era notório o desinteresse por assuntos por assuntos bélicos do "imperador filósofo". Segundo Oliveira Lima circulava uma história no meio militar de que ao assistir um desfile de tropas, Pedro II, disseram as pessoas mais próximas, que o imperador apontara para os soldados dizendo "assassinos legais". Ao regressarem da campanha do Prata, Oliveira Lima, com base em documentos originais, que o imperador receoso de qualquer "febre militarista ao contágio das aclamações populares" ordenou que o desfile do regresso dos voluntários realizado no Rio de Janeiro fosse realizado sem pompa, estandartes e abafando as músicas, o que provocou protestos do comandante em chefe Conde D' Eu.[1]
Segundo Heitor Lyra: "O Imperador era a negação mesma do espirito militar, Ele não tinha, é verdade, essa repugnância pelo soldado, como acontece não raro a certos temperamentos visceralmente pacifistas. Mas também não lhe tinha amor, nem o sensibilizavam jamais as grandes propensões guerreiras. O militar era, segundo Joaquim Nabuco "aos seus olhos de estudioso insaciável de ciência; senão uma futura inutilidade, uma necessidade que ele quisera utilizar melhor, fazendo, em vez de um militar, um matemático, um astrônomo, um engenheiro". [2]
[1] FAORO, Raimundo. Os donos do poder, v.II, São Paulo:Folha, 2000, p. 83; TREVISAN, Leonardo. Obsessões patrióticas, Rio de Janeiro: Bibliex, 2011, p. 30; SCWARCZ< Lilia. As barbas do imperador. São Paulo; cia das Letras, 1998, p.299
[2] LYRA. Heitor. História de Pedro, São Paulo: Brasiliana, 1938 https://bdor.sibi.ufrj.br/bitstream/doc/215/1/133%20T1%20PDF%20-%20OCR%20-%20RED.pdf
Nenhum comentário:
Postar um comentário