Uma importante tendência de individualização já é mostrada nas esculturas da IV Dinastia como se observa no busto de Ankh-haf ou a estátua do engenheiro e arquiteto Homiunu responsável pela grande pirâmide Quéops na IV Dinastia.[1] Andre Pochan refere-se a Hardedef como o arquiteto da pirâmide. [2] Na IV dinastia se observa uma fusão entre os aspectos religiosos da realeza e do trabalho. O filho de Snefru, Kanufer foi Mestre do Trabalho e Arquiteto Chefe, Rahotep também filho de Snefru foi “sacerdote de Rá em Heliópolis e superintendente do trabalho e das expedições”, o príncipe Meryib foi arquiteto chefe e General dos Trabalhadores.[3] Paul Johnson aponta a utilização de sarcófagos pelos aristocratas egípcios como uma mostra da “democratização da imortalidade”.[4] Muitas estátuas no antigo Egito são mostradas com o nariz danificado, resultado de uma ação deliberada, pois a estátuas era considerada uma representação viva do personagem morto representado possuindo poderes por uma conexão com o mundo dos mortos. A estátua mantinha-se viva pela respiração do espírito da vida por suas narinas, símbolo do fôlego da vida, de modo que os ladrões de túmulos ao danificar o nariz das estátuas garantia-se que já não representaria perigo.[5] Hathor a deusa do amor e da fertilidade é representada em uma inscrição nas paredes do templo de Dendera de 3200 a.c. “voa do ceu para entrar no horizonte de sua alma, isto é seu tempo na terra, voa em direção a seu corpo, se une à sua forma”. No mesmo templo Osíris se funde a uma representação de si mesmo em baixo relevo. Uma vez ocupada a imagem tinha poderes que poderiam ser desativadas, por exemplo, por inimigos que desejavam reescrever a história, assim Akhenaton ao enfrentaro deus Amon, destruiu diversas de suas imagens.[6]
[1] MANUELIAN, Peter der. Module 7: The Statue of Hemiunu (G 4000). Harvard
online Courses: Pyramids of Giza: Ancient Egyptian Art and Archaeology, 2018.
https://online-learning.harvard.edu/course/pyramids-giza-ancient-egyptian-art-and-archaeology?offset=12
[2] POCHAN, André. O enigma
da grande pirâmide, Rio de Janeiro: Difusão, 1977, p. 264
[3] JOHNSON, Paul. História
ilustrada do Egito Antigo, Rio de Janeiro:Ediouro, 2002, p.88; TIRADRITTI,
Francesco. Tesouros do Egito do Museu egípcio do Cairo, White Star Pub, 1998,
p.61
[4] JOHNSON, Paul. História
Ilustrada do Egito. Rio de Janeiro:Ediouro, 2002, p. 227
[5] WEST, John Anthony. The traveler’s key to ancient Egypt, New York:Quest,
2012, p. 212
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